Escândalo Milei: entenda o caso que abala o governo argentino e ameaça eleições

Entenda o escândalo Milei, as acusações envolvendo sua irmã Karina e os impactos políticos nas iminentes eleições argentinas.

O escândalo Milei está colocando em xeque a estabilidade do governo argentino e provocando uma onda de desgaste político momentos antes de eleições cruciais. O presidente Javier Milei, conhecido por seu discurso anticorrupção, enfrenta uma crise sem precedentes após acusações envolvendo sua irmã, Karina Milei.

Como tudo começou

O escândalo Milei veio à tona na semana passada, com o vazamento de áudios gravados por Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis). Nessas gravações, Spagnuolo acusa Karina Milei e Eduardo “Lule” Menem de liderar um esquema de propina com empresas farmacêuticas. Além disso, ele revela exigências de até 8% do faturamento para garantir contratos com o governo.



Portanto, a reação do governo foi imediata. O presidente Javier Milei chamou o caso de “operação de inteligência ilegal” em postagem na rede social X. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou que o governo protocolou uma queixa na Justiça Federal contra o vazamento e disseminação de conversas privadas.

As principais acusações

  • Karina Milei teria recebido entre 3% e 4% dos lucros do esquema.
  • Eduardo “Lule” Menem é apontado como o principal operador do suposto esquema.
  • Empresários da Suizo Argentina, empresa intermediária, também estão envolvidos, com um deles encontrado com US$ 266 mil em espécie.

Além disso, a Justiça argentina realizou 16 operações de busca e apreensão, incluindo na sede da Andis. Foram apreendidos celulares, máquinas de contar dinheiro e documentos importantes. A perícia analisa os áudios, que ainda não tiveram sua veracidade comprovada oficialmente.

O posicionamento do governo

Após dias de silêncio, Javier Milei defendeu a irmã em entrevista ao canal C5N. Ele chamou as acusações de “mentirosas” e prometeu processar Spagnuolo por difamação. No entanto, essa postura só aumentou a pressão sobre o governo, especialmente em meio a uma campanha eleitoral acirrada.



Guillermo Francos, chefe de gabinete, afirmou que o presidente está “tranquilo” e sugeriu tratar-se de uma perseguição política. Martín Menem, primo de Lule e presidente da Câmara dos Deputados, também defendeu os acusados, chamando os áudios de “monumental operação política”.

Impactos políticos e eleitorais

O escândalo Milei pode impactar diretamente as eleições legislativas de outubro e a eleição para governador de Buenos Aires, marcada para daqui a duas semanas. A popularidade de Milei já vinha em queda, e o caso só agravou a situação. Na quarta-feira (27), ele foi alvo de um ataque durante uma carreata em Buenos Aires e precisou ser retirado às pressas.

Além disso, o Parlamento argentino estuda abrir uma CPI para investigar as denúncias. Caso Karina Milei seja condenada, o presidente perderá uma de suas principais articuladoras políticas e comprometerá seu discurso anticorrupção, que foi central em sua ascensão ao poder.

Conclusão

Em conclusão, o escândalo Milei revela fragilidades no núcleo do governo e expõe o presidente a um momento crítico. As investigações estão em andamento e a população argentina aguarda respostas. A forma como o caso será resolvido pode definir o futuro político de Javier Milei e sua capacidade de governar em meio à turbulência.