Em um discurso marcante na Assembleia Geral da ONU, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, reafirmou que não haverá paz no Oriente Médio sem a criação de um Estado da Palestina. A declaração, feita por videoconferência, veio em um momento de crescente tensão na região e de reações internacionais à crise humanitária em Gaza.
Discurso de Abbas na ONU
Mahmoud Abbas aproveitou o espaço da Assembleia Geral da ONU para transmitir uma mensagem clara: “Não se pode alcançar a paz sem justiça, e a justiça só será feita quando houver um Estado da Palestina”. Além disso, o líder palestino criticou duramente as ações de Israel em Gaza, rotulando os ataques como “crimes de guerra e contra a Humanidade”.
Apesar de apoiar a resistência palestina, Abbas rejeitou o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, afirmando que o grupo não representa o povo palestino. “Essas ações não representam o povo palestino”, declarou durante seu pronunciamento.
Crítica ao Hamas e propostas de desarmamento
Abbas, que é um rival político do Hamas, afirmou que o grupo terrorista e outras facções armadas devem entregar suas armas à Autoridade Palestina Nacional. “Hamas e outras facções deverão entregar suas armas como parte de um processo de construção institucional, de Estado, de lei e de forças de segurança legal”, disse.
Portanto, o presidente palestino apontou a necessidade de unidade política, reafirmando que líderes do Hamas não terão lugar em um eventual governo palestino na Faixa de Gaza após a guerra.
Resposta a restrições de Trump e apoio internacional
Curiosamente, o discurso de Abbas foi feito de forma virtual, após o governo de Donald Trump vetar a entrada do líder palestino nos Estados Unidos. No entanto, com o apoio da maioria dos membros da ONU, uma resolução permitiu a participação de Abbas por videoconferência. Esse movimento demonstra a força do apoio internacional à causa palestina, especialmente após a recente adesão de países como Reino Unido, França, Canadá, Portugal e Malta ao reconhecimento do Estado da Palestina.
Abbas, por sua vez, agradeceu o reconhecimento dessas nações, destacando: “Agradecemos os 149 países que já reconheceram a Palestina como um Estado. Nosso povo não esquecerá”.
Diálogo com os EUA e os Acordos de Oslo
Apesar de as relações entre a Palestina e os Estados Unidos estarem tensas, Abbas afirmou estar pronto para trabalhar com o presidente Donald Trump e outros parceiros internacionais, a fim de implementar o plano de paz aprovado em setembro de 2024. No entanto, ele também acusou Israel de não cumprir os Acordos de Oslo de 1993, que previam a retirada de tropas israelenses da Cisjordânia e de Gaza.
- Reconhecimento de mais de 140 países ao Estado da Palestina
- Crítica de Abbas ao Hamas e ao uso de armas ilegais
- Denúncia de crimes de guerra de Israel em Gaza
- Chamado à unidade palestina e construção de instituições de Estado
Conclusão: O caminho para a paz passa pelo Estado da Palestina
Em conclusão, o discurso de Mahmoud Abbas na ONU reforça a urgência de uma solução de dois Estados como única forma viável de alcançar a paz duradoura no Oriente Médio. Portanto, a criação do Estado da Palestina, com base em fronteiras internacionais, é vista como um passo essencial para a justiça e estabilidade na região. Sem esse reconhecimento, a crise humanitária e o ciclo de violência tendem a se perpetuar.
Assim, líderes internacionais, especialmente os países com influência no Conselho de Segurança da ONU, devem considerar agravar a pressão sobre Israel para que respeite os direitos do povo palestino, e apoiar a construção institucional de um Estado da Palestina, com soberania e autonomia.
