Exposição Excessiva de Telas na Primeira Infância: Riscos e Recomendações para Proteger o Desenvolvimento Infantil

Estudo revela riscos da exposição excessiva de telas na primeira infância. Saiba como proteger crianças com recomendações e cuidados essenciais.

Impactos Neurológicos e de Desenvolvimento

O estudo Proteção à primeira infância entre telas e mídias digitais, divulgado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), evidencia que a exposição excessiva de telas na primeira infância está diretamente associada a alterações críticas na estrutura cerebral. Crianças com mais de uma hora de uso diário de telas apresentam redução na espessura do córtex e na profundidade dos sulcos, comprometendo o processamento visual e funções cognitivas como atenção e memória. Além disso, essas alterações impactam o desenvolvimento da linguagem e a regulação emocional, fatores essenciais para o crescimento saudável.

Riscos por Faixa Etária

Para crianças de 2 anos, o contato superior a 60 minutos diários aumenta o risco de deficits na compreensão verbal e vocabulário. Já entre 3 a 5 anos, o uso acima de duas horas por dia correlaciona-se com problemas de comportamento e desenvolvimento neurológico. No caso de bebês de 6 meses a 18 meses, a exposição a conteúdos adultos eleva a incidência de transtornos invasivos do desenvolvimento e resistência ao estabelecimento de regras.



Qualidade do Conteúdo e Vizinhança com Telas

Além da duração, a qualidade do conteúdo é determinante. Crianças expostas a mídias violentas ou inadequadas demonstram maior propensão a comportamentos hostis e dessensibilização à violência. Além disso, a presença de TVs em quartos amplia em até uma hora o tempo de tela diário, gerando distúrbios do sono e ansiedade.

Dados Alarmantes sobre Uso de Internet

Entre 2015 e 2024, o Brasil registrou um aumento significativo no acesso à internet entre crianças. Dados do estudo mostram que 44% dos bebês de 0 a 2 anos já interagem com a rede, enquanto 82% das crianças de 6 a 8 anos têm contato diário. Essa tendência exige ações imediatas por parte de pais, educadores e políticas públicas.

Recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria

As diretrizes para reduzir os riscos da exposição excessiva de telas na primeira infância incluem:



  • 0 a 2 anos: Proibição total de telas e mídias digitais.
  • 2 a 5 anos: Máximo de 60 minutos diárias, supervisionados por adultos.
  • 6 a 10 anos: Limitar a 120 minutos e priorizar conteúdos educativos.
  • 11 a 17 anos: Requerer equilíbrio entre uso digital e atividades físicas.

Além disso, é crucial:

  • Não permitir o uso isolado de dispositivos em quartos.
  • Evitar telas durante refeições e horários de sono.
  • Adotar ferramentas de mediação parental para filtrar conteúdos.
  • Promover brincadeiras ao ar livre e atividades criativas.

Responsabilidade Coletiva para Mitigar Riscos

Legislações que regulam a publicidade infantil no digital e campanhas educativas devem ser priorizadas. Profissionais da saúde e escolas precisam ser capacitados para orientar famílias sobre os perigos do uso precoce de telas. Portanto, proteger o cérebro em desenvolvimento das crianças começa com escolhas conscientes de rotina e supervisão ativa.