A fome em Gaza atinge proporções alarmantes, e a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o tempo para conter a crise está se esgotando. Um alto funcionário da ONU declarou neste domingo (7) que há uma “janela estreita” até o final de setembro para evitar que a fome em Gaza se espalhe a regiões como Deir al Balah e Khan Younis.
Situação crítica em Gaza
De acordo com um monitor global da fome, centenas de milhares de palestinos já enfrentam insegurança alimentar ou correm risco iminente de fome, principalmente na Cidade de Gaza, o maior centro urbano do enclave. O Hamas, grupo militante com forte presença na região, é o alvo das operações militares israelenses, que intensificaram os ataques nos últimos meses.
Além disso, Israel interrompeu totalmente a entrada de ajuda humanitária por 11 semanas, entre março e meados de maio. Embora o governo israelense afirme que está facilitando a entrada de alimentos atualmente, organizações internacionais destacam que a ajuda ainda é insuficiente para atender a população.
Alerta da ONU
O chefe de Ajuda das Nações Unidas, Tom Fletcher, enfatizou a urgência da situação: “Essa janela está se fechando rapidamente”. Segundo ele, a distribuição de alimentos precisa ser ampliada imediatamente para evitar um colapso humanitário. A agência israelense COGAT informou que, na semana anterior, mais de 1.900 caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza, a maioria com alimentos.
No entanto, especialistas alertam que esse número ainda é insuficiente diante da demanda. Portanto, a comunidade internacional pressiona por uma abertura total dos corredores humanitários, sem burocracias ou restrições impostas pelas autoridades israelenses.
Ataques e destruição urbana
Israel intensificou os bombardeios na região, inclusive atingindo o segundo maior prédio da Cidade de Gaza. As forças militares israelenses afirmam que os edifícios atacados abrigam operações do Hamas, mas não apresentaram provas concretas. O Hamas nega as acusações.
Durante a madrugada, ataques resultaram na morte de 14 pessoas, incluindo um episódio em que uma escola que abrigava desabrigados foi bombardeada. O Exército israelense alega ter atingido um militante do Hamas, após avisar a população civil para deixar a área.
Essas ações aumentam a pressão internacional sobre Israel, que enfrenta crescente crítica por parte de organizações de direitos humanos. Além disso, a fome em Gaza se torna ainda mais grave com a destruição da infraestrutura urbana, que compromete o acesso à água, eletricidade e alimentos.
Perspectivas para os próximos meses
Se nada for feito até o final de setembro, a fome em Gaza pode se espalhar de forma irreversível. A ONU reafirma que a única solução viável é a entrada irrestrita de ajuda humanitária. Agências internacionais também pedem uma investigação independente sobre os bombardeios em áreas civis.
Em conclusão, a fome em Gaza não é apenas uma consequência indireta do conflito, mas um risco imediato que exige ação urgente e coordenada da comunidade internacional. A inação pode resultar em uma tragédia humanitária sem precedentes na região.