A Interpol prende influenciador Gabriel Spalone em uma ação internacional que envolveu múltiplos países e agências de segurança. O caso reforça a importância da cooperação entre forças policiais no combate a crimes transnacionais, especialmente os cibernéticos. A operação resultou na captura de um dos maiores suspeitos de um dos maiores golpes via Pix no Brasil.
Como a Interpol prende influenciador e o que levou à sua captura
Após ser alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo, Gabriel Spalone tentou fugir do país. As autoridades brasileiras, então, acionaram a Interpol para incluir o nome dele na lista de pessoas mais procuradas internacionalmente. No mesmo período, a Interpol prende influenciador no aeroporto de Buenos Aires, na Argentina, após uma série de impedimentos de embarque em outros países.
Segundo investigações, Spalone saiu de São Paulo de carro, seguiu para Foz do Iguaçu, atravessou para o Paraguai, de onde embarcou para Nova York, com o objetivo declarado de seguir para Dubai. No entanto, a rota de fuga foi interrompida pela atuação coordenada da Interpol, a Polícia Federal do Brasil, autoridades do Panamá, Estados Unidos, Paraguai e Argentina. Além disso, a atuação da adidâquia da PF na Argentina foi essencial para garantir a prisão.
André Viana, adido da PF na Argentina, destacou a relevância da atuação internacional. “Essa prisão jamais teria ocorrido sem essa cooperação. A integração com a Interpol e os postos no exterior foi fundamental”, afirmou.
Detalhes da prisão e o que diz a defesa
No aeroporto de Tocumen, no Panamá, a tentativa de embarque para os Estados Unidos foi barrada após alerta ao Customs and Border Protection (CBP). Diante disso, Spalone tentou embarcar para Amsterdã, mas foi detido. Posteriormente, foi colocado em um voo para a Argentina. Nesse intervalo, seu nome foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, a mais grave das notificações internacionais de busca.
Marcelo Ivo, delegado envolvido no caso, esclareceu que a entrada de um suspeito em território panamenho foi negada devido à existência de mandado de prisão. “O Estado, no exercício de sua soberania, pode recusar a admissão de um passageiro, mesmo com visto em mãos, caso haja suspeita de envolvimento com atividade ilícita”, declarou.
Após ser capturado em Buenos Aires, Spalone foi fotografado descendo de um avião ao lado de policiais argentinos e um agente da Interpol. Ele carregava uma mala de mão, e não aparecia algemado. O influenciador foi submetido a uma audiência de custódia, e a fase de extradição para o Brasil foi iniciada. O adido da PF na Argentina, André Vianna, explicou que a extradição segue trâmites legais, mas é a próxima etapa do processo.
Por sua vez, a defesa de Gabriel Spalone, liderada pelo advogado Eduardo Maurício, afirma que o cliente foi colocado em liberdade no Panamá, mas foi detido novamente na Argentina. A defesa também afirma que já apresentou provas da inocência de Spalone e irá requerer a revogação da prisão preventiva no Brasil, além de protocolar pedidos de exclusão da Interpol em Lyon (França) e de denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
“Recentemente apresentamos todas as provas que comprovam a inexistência de crime por parte do influencer e também requeremos a revogação da prisão preventiva, que aguarda decisão da Justiça de São Paulo”, declarou o advogado.
Operação Dubai e os impactos no combate ao crime virtual
Segundo documentos acessados pelo g1, a ordem de prisão internacional aponta que Spalone, juntamente com outros, desviou R$ 146,5 milhões de um banco brasileiro em 26 de fevereiro de 2025. A fraude teria sido feita por meio de uma empresa que prestava serviços ao banco. O banco conseguiu recuperar R$ 107,5 milhões, deixando um prejuízo real de R$ 39 milhões. A investigação resultou na chamada “Operação Dubai”.
Este caso exemplifica como a Interpol prende influenciador e outros criminosos que tentam usar fronteiras como forma de escapar da Justiça. A ação internacional reforça o papel de instituições como a Interpol e o compromisso da Polícia Federal de atuar de forma integrada, independentemente de onde o crime ocorra. Afinal, a criminalidade moderna não respeita limites geográficos, e a resposta também não pode.
Portanto, a prisão de Gabriel Spalone é um marco na luta contra o crime virtual, demonstrando a eficácia de operações multilaterais. O caso deve seguir em análise, com os devidos processos de extradição e julgamento, a depender das decisões da Justiça argentina e brasileira.
