Em 2025, a comunidade internacional voltou a analisar a movimentação naval dos Estados Unidos na região do Caribe, quando três destróieres foram enviados para a costa venezuelana. A ação, percebida como parte de uma estratégia de combate ao narcotráfico, gerou especulações sobre uma potencial invasão dos EUA na América Latina.
O posicionamento do especialista Víctor Mijares
O professor de estudos globais da Universidade dos Andes, Víctor Mijares, avaliou o contingente de cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais. Segundo ele, o tamanho do grupo parece grandioso, mas, do ponto de vista operacional, a ação permanece limitada a operações marítimas. Mijares descarta a possibilidade de uma invasão dos EUA na região, destacando que a presença naval serve principalmente para enviar uma mensagem política de retomar a influência no Caribe.
Intenção estratégica, não militar
Além disso, Mijares apontou que a operação não contempla intervenção direta, nem nos territórios venezuelanos. Embora os navios exibam poder de fogo considerável, sua missão se restringe a patrulha e apoio a forças aéreas. Assim, a iniciativa visa reforçar a presença americana sem cruzar a linha de engajamento militar.
Reação dos blocos latino‑americanos
Os membros da Organização de Cooperação Latino‑americana (ALBA), liderada por ex‑presidentes Hugo Chávez e Fidel Castro, condenaram a movimentação naval. A declaração conjunta destacou que o envio de navios à costa da Venezuela representa uma ameaça à paz e à estabilidade regional. Em resposta, a ALBA convocou uma reunião extraordinária de chanceleres para discutir medidas de segurança coletiva.
Impacto na política interna dos EUA
Os interesses políticos do secretário de Estado Marco Rubio, com base eleitoral na Flórida, também foram citados como um fator que influenciou a decisão. Ao enfatizar a necessidade de controle de fronteiras e combate ao tráfico, os EUA sinalizaram sua postura firme em relação venezuelano.
Conclusão
Em síntese, a movimentação naval dos EUA, embora audaciosa, não configura uma invasão dos EUA na América Latina. O foco permanece em operações marítimas e apoio a estratégias de combate ao narcotráfico, mantendo a mensagem de presença sem cruzar a fronteira de intervenção militar. A comunidade internacional deve continuar monitorando as ações para garantir a estabilidade regional.