A ausência estratégica de caciques do Centrão na sanção da isenção do IR
Na cerimônia que marcou a conclusão da proposta central do governo Lula — a isenção do IR para rendas até R$ 27 mil mensais — líderes influentes do Centrao, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) e o senador Davi Alcolumbre (MDB), omitiram-se do evento. Além disso, representantes de outras bancadas conservadoras também não compareceram, revelando tensões internas e estratégias políticas em jogo.
Razões por trás da ausência
Analistas políticos apontam que a isenção do IR está sob escrutínio ideológico. No entanto, parlamentares ligados ao Centrão evitaram associar-se publicamente ao projeto, temendo pressões de seus eleitores mais tradicionalistas. Portanto, sua ausência reflete uma hesitação em consumar acordos visíveis com a ala mais progressista do Executivo.
Impacto na aprovação da medida
A estratégia de distanciamento, embora tática, pode complicar a tramitação da isenção do IR no Congresso. Sem o respaldo de líderes do Centrão, que costumam articurar votos em blocos, a proposta enfrenta riscos de modificações ou bloqueios em comissões técnicas. Além disso, a falta de visibilidade pública dos apoiantes tradicionais mina a credibilidade da iniciativa diante da opinião pública.
Consequências para a aliança Lula-Centrao
Este episódio evidencia desequilíbrios na coalizão governista. Lula, embora comprometido com reformas sociais, depende da colaboração do Centrão para aprovar pacotes fiscais. A isenção do IR, apesar de popular entre segmentos populares, divide linhas partidárias. Em conclusão, a ausência calculista de caciques do bloco pode ser um ganho de curto prazo, mas ameaça a coesão institucional a longo prazo.