Javaporcos: carne azul neon indica risco de difacinona na Califórnia

O fenômeno da carne azul neon em javaporcos

Caçadores da região de Salinas, no condado de Monterey, registraram um caso inédito: a carne e a gordura de javaporcos apresentaram um brilho azul neon. Além disso, a coloração surgiu de forma uniforme, tanto no tecido muscular quanto na camada adiposa.

O especialista em controle da fauna selvagem, Dan Burton, descreveu o achado como um “azul mirtilo intenso”, algo que não existe na natureza. No entanto, a investigação rápida apontou um fator externo: a difacinona, um rodenticida anticoagulante.

Como a difacinona causa a coloração azul

A difacinona é usada em armadilhas de roedores e é deliberadamente pigmentada em azul brilhante para alertar os humanos. Contudo, os animais selvagens não percebem essa sinalização, e acabam ingerindo o veneno junto com a presa ou a própria armadilha.

Em laboratório, a substância permanece ativa nos tecidos mesmo após o cozimento. Portanto, a carne de javaporcos contaminada pode representar risco para quem a consome.

Impacto na cadeia alimentar

Estudos anteriores revelaram que até 8,3% dos javaporcos analisados na Califórnia carregavam resíduos de rodenticida. Além disso, 83% das amostras de ursos apresentaram a mesma contaminação, sobretudo em áreas próximas a projetos de controle de roedores.

Ao ingerirem javaporcos envenenados, predadores como ursos e humanos podem sofrer hemorragias internas graves, já que a difacinona interfere na reciclagem da vitamina K, essencial à coagulação do sangue.

Medidas de prevenção para caçadores e agricultores

  • Caçadores devem verificar a cor da carne antes de consumi-la.
  • Reportar qualquer anomalia ao Laboratório de Saúde da Vida Selvagem.
  • Agricultores devem adotar manejo integrado de pragas, combinando cercas, armadilhas e predadores naturais.
  • Limitar o uso de difacinona apenas a técnicos certificados.

Em conclusão, a descoberta de javaporcos com carne azul neon serve como alerta sobre os efeitos inesperados de produtos químicos agrícolas. Portanto, a vigilância contínua a educação sobre manejo seguro são cruciais para proteger a saúde humana e a integridade ecológica.