A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgou, em 2 de julho, centenas de arquivos relacionados às investigações do caso Jeffrey Epstein, em resposta a uma intimação judicial. Os documentos, provenientes do Departamento de Justiça, incluem mais de 33 mil páginas de processos, imagens, vídeos de buscas policiais e entrevistas com vítimas, muitas delas com os rostos visíveis.
O que os arquivos revelam?
Os arquivos disponibilizados abrangem as investigações contra Epstein e sua ex-namorada, Ghislaine Maxwell, condenada por tráfico sexual de menores. Embora os democratas tenham afirmado que a maior parte das informações já era pública, a publicação reacendeu o debate sobre a possível existência de uma lista de clientes do bilionário, acusado de manter uma rede de tráfico sexual de jovens.
Além disso, o nome do ex-presidente Donald Trump aparece diversas vezes nos documentos, reforçando sua ligação com Epstein durante as décadas de 1990 e 2000. No entanto, Trump nunca foi formalmente investigado e afirma ter rompido relações com o acusado assim que as denúncias vieram à tona.
Pressão por mais transparência
Apesar da divulgação parcial, democratas e alguns republicanos tentam aprovar um projeto de lei que obrigue o Departamento de Justiça a liberar todos os arquivos relacionados ao caso, exceto informações pessoais das vítimas. O presidente da Câmara, Mike Johnson, tem se posicionado contrariamente a essa iniciativa, o que gera tensão política no Congresso.
Portanto, a pressão por mais transparência aumenta à medida que setores da sociedade e membros do Legislativo exigem respostas definitivas sobre envolvimentos de figuras de alto escalão no escândalo de Jeffrey Epstein.
A promessa de Trump e as reviravoltas
Durante a campanha presidencial de 2024, Donald Trump prometeu tornar públicos todos os arquivos secretos do caso caso retornasse à Casa Branca. Em entrevistas, ele afirmou ser “muito estranho” que a tal lista de clientes nunca tivesse sido revelada e garantiu que “não teria problema” algum em divulgá-la.
- Promessas de transparência durante a campanha;
- Declarações de que a lista de Epstein nunca foi encontrada;
- Polêmica envolvendo o bilionário Elon Musk;
- Postagens apagadas e desculpas públicas;
- Nota oficial do Departamento de Justiça negando a existência da lista.
No entanto, uma reviravolta ocorreu meses depois. Em junho, Elon Musk afirmou publicamente que o nome de Trump aparecia nos arquivos, gerando grande repercussão. O post foi removido e Musk pediu desculpas. Em julho, o Departamento de Justiça reafirmou que Epstein cometeu suicídio e negou a existência de uma “lista de clientes”, frustrando muitos apoiadores do ex-presidente.
O que vem por aí?
Embora o caso Epstein pareça estar encerrado judicialmente, a pressão política e a especulação pública mantêm o tema relevante. A insistência de líderes políticos em tornar públicos novos arquivos indica que o caso Jeffrey Epstein ainda não chegou ao fim de sua repercussão.
Enquanto isso, o debate sobre transparência, justiça e poder continua. Os arquivos divulgados são apenas o começo do que pode ser uma nova fase nas investigações ou, ao menos, uma tentativa de esclarecer o papel de figuras influentes no escândalo.