Jeffrey Epstein é o nome associado a um dos maiores escândalos de abuso sexual da história recente dos Estados Unidos. O empresário, condenado por tráfico sexual de menores, teve sua trajetória criminosa revelada por meio do testemunho corajoso de suas vítimas. Uma delas, a brasileira Marina Lacerda, foi peça fundamental na condenação de Epstein e continua lutando por transparência e justiça.
Quem foi Jeffrey Epstein?
Jeffrey Epstein era um bilionário americano com ligações a figuras influentes da política, do entretenimento e dos negócios. Além disso, acumulava um histórico obscuro de exploração sexual de menores. Entre 2002 e 2005, ele foi acusado de recrutar dezenas de jovens, muitas menores de idade, para sua rede de abuso sexual.
Marina Lacerda revelou em entrevista à ABC News que Epstein abusava de “até dez mulheres por dia”. Segundo ela, a mansão dele funcionava como “uma porta giratória de meninas”. Aos 14 anos, Marina tornou-se uma das vítimas desse ciclo de exploração.
Marina Lacerda: testemunha-chave contra Jeffrey Epstein
Marina Lacerda conheceu Jeffrey Epstein em 2002, logo após se mudar para os Estados Unidos com a mãe e a irmã. Na época, ela buscava sustentar a família e aceitou uma proposta para dar uma massagem a um homem mais velho. Portanto, o que começou como uma chance de renda extra se transformou no “pior pesadelo” de sua vida.
“Com Jeffrey Epstein, tínhamos que fazer sexo, querendo ou não”, relatou a brasileira. Os abusos, segundo ela, duraram três anos. Marina foi uma das vítimas que colaboraram com as investigações, fornecendo evidências essenciais que levaram à condenação de Epstein por tráfico sexual em 2019.
O papel do FBI e o acordo judicial
Apesar de o FBI ter tentado ouvi-la em 2008, Jeffrey Epstein havia assinado um acordo judicial que impediu a inclusão de suas declarações no processo. Marina só pôde depor oficialmente 11 anos depois, quando a investigação foi reaberta. Esse atraso permitiu que Epstein escapasse de uma punição mais severa inicialmente.
Marina Lacerda exige transparência no Congresso
Em setembro de 2025, Marina Lacerda participou de uma coletiva de imprensa diante do Congresso dos Estados Unidos. Nela, pediu a aprovação de uma lei que obrigue a divulgação de todos os documentos sigilosos da investigação. Além disso, ela declarou: “Como imigrante do Brasil, eu me sinto fortalecida em saber que a garotinha que lutava para sobreviver aos 14 e 15 anos finalmente tem uma voz.”
Conexões de Epstein com Donald Trump
O caso de Jeffrey Epstein também envolve figuras políticas controversas. O nome do ex-presidente Donald Trump apareceu em registros de voos ligados ao empresário, o que gerou grande repercussão na imprensa. Embora Trump negue envolvimento e afirme ter rompido relações com Epstein em 2004, a ligação entre os dois alimentou teorias da conspiração e críticas ao governo norte-americano.
Em meio a pressões, o Departamento de Justiça dos EUA esclareceu que não existe uma lista oficial de clientes de Epstein. No entanto, apoiadores de Trump continuam exigindo a total transparência dos documentos relacionados ao caso.
Por que o caso de Jeffrey Epstein ainda é relevante?
O caso de Jeffrey Epstein vai muito além de um escândalo sexual. Ele revela falhas institucionais, acordos judiciais questionáveis e a importância de dar voz às vítimas. Marina Lacerda, ao compartilhar sua história, não apenas contribuiu para a condenação de Epstein, mas também inspira outras vítimas a denunciarem abusos.
Além disso, o movimento por transparência nos EUA, apoiado por parlamentares de diferentes partidos, demonstra que a luta contra o abuso ainda está longe de terminar. Jeffrey Epstein pode ter morrido em 2019, mas seu legado é um alerta sobre os abusos de poder e a necessidade de accountability.