O caso de jovens mortas na Argentina chocou a América Latina e o mundo. Brenda Castillo, Morena Verri, ambas de 20 anos, e Lara Gutiérrez, de 15, foram brutalmente assassinadas, e partes do crime foram transmitidas ao vivo em redes sociais. O caso revela a violência extrema de quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas na região metropolitana de Buenos Aires.
Quem eram as vítimas?
As três jovens mortas na Argentina eram da região de La Matanza, um dos distritos mais populosos de Buenos Aires. Brenda, mãe de uma criança, e Morena, primas entre si, trabalhavam como profissionais do sexo, segundo informações do jornal Clarín. Lara Gutiérrez, a mais nova, ainda era menor de idade, o que ampliou ainda mais a comoção pública com o caso.
Como ocorreu o desaparecimento?
As vítimas foram vistas pela última vez na noite de 19 de setembro, às 21h29, quando embarcaram em um Chevrolet Tracker com placas clonadas. O encontro aconteceu em um posto de gasolina localizado em La Tablada, uma área de vulnerabilidade social. Segundo o relato de familiares, acredita-se que elas tenham combinado um encontro com um cliente, com a promessa de pagamento de US$ 300 para cada uma.
Após esse momento, os celulares das três foram desligados na madrugada de sábado, 20. Os familiares de Lara tentaram registrar um desaparecimento, mas foram orientados a aguardar 24 horas, como manda o protocolo policial argentino. Portanto, o tempo de reação inicial foi perdido, o que pode ter dificultado as investigações no início.
Crime brutal e transmissão ao vivo
As investigações revelaram que o carro usado no sequestro era rastreado por autoridades devido a um roubo ocorrido em agosto. Contudo, ele desapareceu em uma área de difícil monitoramento. Além disso, o último sinal do celular de Lara foi captado em Florencio Varela, a cerca de 1 hora de distância do local de desaparecimento.
Os corpos foram encontrados na quarta-feira (24) em uma casa de propriedade de suspeitos ligados ao tráfico de drogas. Os restos mortais estavam esquartejados, ocultos no subsolo e em sacos de lixo. A perícia constatou que as vítimas foram mortas entre seis e dez horas após o sequestro. Lara, a mais nova, foi torturada com amputações e teve a garganta cortada. Brenda foi esfaqueada várias vezes, espancada e morta com um golpe fatal no rosto. Morena foi espancada e teve o pescoço quebrado.
Segundo o secretário de Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, a tortura e o assassinato foram transmitidos ao vivo para cerca de 45 cúmplices, em um ato de intimidação e vingança. Um dos líderes da quadrilha teria dito durante a transmissão: “Isso acontece com quem rouba minhas drogas.”
Quem são os responsáveis?
Até o momento, a polícia já efetuou 12 prisões em conexão com o caso. Entre os detidos, estão Maximiliano Andrés Parra, de 18 anos, e Daniela Ibarra, 19. Além deles, foram presos Miguel Ángel Villanueva Silva, 25, e Magalí Celeste González, 28, ambos de nacionalidade peruana. Eles são suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa ligada à favela 1-11-14, em Buenos Aires, que atua no tráfico de drogas na periferia sul.
Na casa onde os corpos foram encontrados, a polícia também prendeu um casal encarregado de limpar o local. A residência, além de apresentar manchas de sangue, tinha cheiro de cloro e terra revirada. Isso indica a tentativa de destruir provas. No entanto, a perícia conseguiu colher evidências importantes.
Investigação e motivação do crime
Segundo as investigações, a principal motivação por trás do assassinato seria a vingança de um traficante foragido de origem peruana. Pessoas próximas às vítimas relataram que uma delas teria roubado dele cerca de 1 kg de cocaína e US$ 70 mil. Esse ato teria desencadeado a ação violenta de retaliação. A polícia ainda investiga outros envolvidos, pois acreditam que a rede de criminosos seja maior do que os detidos até agora.
Além disso, a transmissão ao vivo do crime expõe a gravidade de redes de crimes organizados que utilizam as plataformas digitais como ferramenta de intimidação. Nesse contexto, a violência cometida contra as jovens mortas na Argentina é um alerta para os perigos de uma cultura de impunidade ligada ao narcotráfico.
Conclusão
O caso de jovens mortas na Argentina é um exemplo de como a violência estrutural pode atingir os mais vulneráveis. A brutalidade do crime, a exposição nas redes sociais, a ligação com o tráfico de drogas e a lentidão da resposta policial revelam a urgência de políticas de segurança mais efetivas. A sociedade argentina e latino-americana precisa de justiça e proteção, especialmente para os grupos de maior risco.
