O julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em sua fase crucial na terça-feira (2), com repercussão internacional significativa. A acusação central é de que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou um plano sinistro para golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022.
O que está em jogo no julgamento de Bolsonaro
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, responde junto a outros sete réus acusados de integrar uma organização criminosa com o objetivo de subverter a ordem democrática. A sentença deve ser anunciada até o dia 12 de setembro. Portanto, todos os olhos estão voltados para Brasília, tanto no Brasil quanto no exterior.
Além disso, o julgamento de Bolsonaro é considerado um marco na história política do país. Afinal, é a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é julgado por tentativa de golpe. Muitos especialistas já afirmam que uma condenação é altamente provável.
Repercussão internacional e críticas ao plano golpista
Várias publicações internacionais cobriram o caso com detalhes. O New York Times descreveu como Bolsonaro teria arquitetado, em nove semanas após a derrota eleitoral, um plano para desestabilizar a democracia. Segundo o jornal, esse plano incluía descreditar o resultado eleitoral, planejar assassinatos de líderes políticos e incentivar a invasão dos prédios dos três poderes.
A reportagem ainda destacou que há um vasto conjunto de provas contra o ex-presidente. Além disso, chamou o plano de “solução sinistra” e afirmou que o Brasil está fazendo algo que os Estados Unidos não conseguiram: processar um ex-presidente por tentar permanecer no poder após perder uma eleição.
Reações dos principais veículos internacionais
The Guardian e o símbolo do trompetista
O jornal britânico The Guardian focou em um episódio simbólico: o trompetista Fabiano Leitão, que se tornou um ícone ao tocar uma marcha fúnebre e o hino antifascista Bella Ciao após Bolsonaro ser indiciado. Segundo o jornal, Leitão representou a rejeição de milhões de brasileiros ao autoritarismo.
“Vai ser um momento de alegria ver o país se livrar desse instrumento de destruição”, disse ele ao The Guardian. O jornal ainda ressaltou o papel negacionista de Bolsonaro durante a pandemia, que resultou em centenas de milhares de mortes no Brasil.
Washington Post: o Brasil confronta seu passado autoritário
O Washington Post afirmou que o julgamento de Bolsonaro marca uma reviravolta significativa na política brasileira. O jornal destacou que, tradicionalmente, o país prefere a conciliação em vez da acusação em casos relacionados ao Estado democrático.
No entanto, com esse processo, o Brasil enfrenta tanto seu próprio passado autoritário quanto a pressão externa do presidente dos EUA, Donald Trump. Ele chamou o julgamento de “caça às bruxas” e impôs retaliações econômicas e diplomáticas ao país.
Economist: o “Trump dos trópicos” e o destino da democracia
A Economist chamou Bolsonaro de “Trump dos trópicos” e comparou o golpe de 8 de janeiro de 2023 a um festival estranho e bárbaro. Segundo a revista, centenas de apoiadores acampados em Brasília festejavam com churrascos e cerveja antes da invasão dos prédios governamentais.
Além disso, a publicação afirmou que o ex-presidente falhou por incompetência, e não por falta de intenção. O julgamento, portanto, ditará o ritmo da recuperação do Brasil frente à onda populista.
BBC: Trump apoia causa de Bolsonaro
A BBC destacou que o julgamento de Bolsonaro entrou na fase final e será decidido por cinco ministros da 1ª turma do STF. Segundo o veículo britânico, Donald Trump abraçou publicamente a causa do ex-presidente brasileiro e chamou o processo de injusto.
No entanto, apesar da pressão externa, o Brasil segue determinado a manter sua democracia e responsabilizar seus líderes por crimes contra o Estado.
Conclusão
O julgamento de Bolsonaro não é apenas um processo jurídico, mas um teste de maturidade democrática. A cobertura internacional demonstra que o mundo acompanha de perto o rumo que o país tomará. Em conclusão, os desdobramentos desse julgamento poderão definir o futuro da política brasileira por anos.