Karina Milei e o escândalo de corrupção: o que você precisa saber sobre o caso dos 3%

Entenda o escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei e como isso impacta o governo de Javier Milei nas eleições argentinas.

As eleições legislativas em Buenos Aires marcaram um momento crítico para o governo do presidente Javier Milei. Durante esse período, Karina Milei, sua irmã e secretária-geral da Presidência da Argentina, teve seu nome rasurado com a inscrição “3%” na lista de votantes. Esse ato simbólico indica o descontentamento popular relacionado a um grave escândalo de corrupção.

O que é o escândalo envolvendo Karina Milei?

Segundo denúncias feitas pelo ex-chefe da Agência Nacional de Discapacidade (Andis), Diego Spagnuolo, Karina Milei teria participado de um esquema de propina com o subsecretário de Gestão Institucional, Eduardo “Lule” Menem. O objetivo era cobrar percentuais de empresas farmacêuticas em troca de contratos com o governo argentino.



Além disso, o esquema envolvia até 8% do faturamento das empresas, totalizando cerca de US$ 800 mil por mês. Karina Milei teria recebido entre 3% e 4% desse valor, o que explica o rabisco em sua lista de votação. Portanto, o caso está sob investigação e pode abalar ainda mais a popularidade do governo.

Reação de Karina Milei

Mesmo diante das acusações, Karina Milei manteve a postura firme. Ela votou no Instituto Pedro Poveda, em Buenos Aires, e aproveitou para reforçar a importância da participação democrática. “A população precisa ir às urnas”, declarou em conversa com a imprensa. No entanto, o escândalo já havia corroído parte da confiança pública, especialmente na província de Buenos Aires.

Buenos Aires: um reduto difícil para o governo

A província de Buenos Aires concentra quase 40% dos eleitores argentinos e é historicamente governada pelo peronismo, por meio do prefeito Axel Kicillof. Por isso, a vitória do partido de Karina Milei, La Libertad Avanza, seria um feito significativo. Contudo, os recentes escândalos dificultam esse cenário.



De acordo com uma pesquisa da consultoria Aresco, a Fuerza Patria, aliança peronista, lidera com 36,7% dos votos, enquanto La Libertad Avanza marca 34,8%. Embora a margem de erro seja pequena (1,24%), o clima de desconfiança em torno do governo permanece.

Por que isso importa?

  • O resultado das eleições pode indicar o nível de rejeição ao governo de Javier Milei.
  • O escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei fragiliza ainda mais a imagem do presidente.
  • Buenos Aires é um termômetro político para o futuro da agenda liberal do governo.

Portanto, o episódio envolvendo Karina Milei não é apenas um problema individual. Trata-se de um alerta para o governo como um todo. Se por um lado o presidente tenta manter suas bases com reformas controversas, por outro enfrenta uma onda de desgaste causada por escândalos de corrupção em seu círculo próximo.