Lula e Trump na ONU: encontros, discursos e reações da imprensa internacional

A cobertura internacional de Lula e Trump na ONU destacou discursos contrastantes, críticas indiretas e um encontro informal entre os líderes de Brasil e EUA. Saiba mais.

A Assembleia-Geral da ONU em 2025 testemunhou um dos momentos mais marcantes da diplomacia internacional recente: o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Os discursos dos dois presidentes e o breve encontro que tiveram nos bastidores da sede da ONU em Nova York chamaram atenção da imprensa internacional, gerando uma ampla cobertura com interpretações variadas.

Os discursos que dividiram opiniões

Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos foram os primeiros a discursar na assembleia, em ordem simbólica determinada pelo protocolo da ONU. Lula e Trump na ONU representaram visões de mundo opostas, o que não surpreendeu os observadores políticos. O presidente brasileiro usou seu tempo de fala para condenar o que chamou de ‘mito do excepcionalismo ético do Ocidente’, além de criticar a atuação de Israel em Gaza e defender a soberania dos países em desenvolvimento.



Além disso, Lula aproveitou o momento para celebrar a condenação de seu antecessor, Jair Bolsonaro, por tentar anular a eleição de 2022, em contraste com o caso de Trump, que evitou julgamento após a retirada das acusações por parte dos promotores federais norte-americanos. Portanto, o discurso do brasileiro foi interpretado por muitos como uma crítica velada ao presidente americano.

Reações da imprensa internacional

Os jornais de referência internacional não pouparam críticas em suas análises de Lula e Trump na ONU. O Washington Post afirmou que o evento prepara o cenário para encontros inusitados, e destacou como a postura de Lula funcionou como contrapeso ao discurso conservador de Trump. O jornal americano considerou a sequência de discursos como um embate de ideologias.

Por sua vez, o El País ressaltou que Lula ‘não se curvou’ às políticas unilaterais de Trump, e indicou que o primeiro encontro entre os dois líderes ocorreu em um momento de tensão nas relações bilaterais. O jornal espanhol ainda apontou a ameaça velada de Trump ao Brasil, com declarações de que “o país só se sairá bem se cooperar com os EUA”.



Críticas indiretas de Lula ao presidente americano

O The Guardian focou nas críticas indiretas de Lula às chamadas ‘forças antidemocráticas’ durante o discurso, e interpretou o conteúdo como uma resposta ao estilo de governo de Trump. O jornal britânico citou o trecho em que Lula afirma que tais líderes ‘veneram a violência, glorificam a ignorância, agem como milícias físicas e digitais e restringem a imprensa’.

Além disso, o presidente brasileiro criticou os ataques norte-americanos a barcos venezuelanos no Caribe, classificando a ação como ‘execução sem julgamento’. Essa declaração reforça a imagem de Lula como um defensor da paz e da diplomacia internacional, em contraste com a postura intervencionista de Washington.

Um encontro marcado pela informalidade

Apesar das diferenças ideológicas, o encontro entre Lula e Trump ocorreu de forma informal, como parte de uma cultura política compartilhada entre os dois líderes. Ambos demonstraram uma certa afinidade por estilos de governo populistas, embora com bases ideológicas distintas. O presidente americano elogiou Lula como ‘um cara legal’ e sugeriu a realização de um novo encontro durante a semana da assembleia da ONU.

Essa aproximação surpreendeu a imprensa, que esperava um clima de hostilidade. No entanto, o discurso de Trump, que incluiu críticas à ONU, ao combate às mudanças climáticas e ao multilateralismo, serviu como lembrete de que os desafios globais ainda enfrentam resistência de líderes com postura nacionalista.

Conclusão

O evento de Lula e Trump na ONU ilustra a complexidade das relações internacionais contemporâneas, marcadas por discursos divergentes, mas com espaço para diálogos informais. A imprensa internacional capturou nuances importantes de como os líderes lidam com diferenças ideológicas, e como buscam, mesmo que de forma pontual, pontos de convergência. Em conclusão, o encontro revela que, mesmo em um cenário polarizado, a diplomacia ainda pode funcionar como um canal de entendimento, ainda que precário.

  • Discursos contrastantes de Lula e Trump
  • Críticas indiretas de Lula ao presidente americano
  • Reações de jornais internacionais como o Washington Post e El País
  • Encontro informal entre os líderes de Brasil e EUA
  • Defesa de paz e soberania pelo presidente brasileiro