Lula e Zelensky devem se encontrar em Nova York durante a Assembleia-Geral da ONU

O presidente Lula deve se encontrar com o presidente ucraniano Zelensky em Nova York, em meio à prolongada guerra com a Rússia e mudanças no cenário geopolítico global.

Na manhã desta quarta-feira (24), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova York. Apesar da reunião ainda não ter um horário confirmado, a expectativa é de que o encontro aborde o atual cenário da guerra na Ucrânia e os esforços de mediação liderados pelo Brasil.

Contexto político e diplomático do encontro

Portanto, a reunião entre Lula e Zelensky ocorre em um momento crítico. A guerra entre Rússia e Ucrânia já se estende por mais de três anos e, até agora, não há sinais de desarmamento. Além disso, as propostas de Lula para a paz — como a criação de um grupo de países neutros para mediar o conflito — ainda não saíram do papel. No entanto, o presidente brasileiro reafirma sua posição de defesa da diplomacia e da negociação.



Além disso, o Brasil oficialmente condena a invasão russa, mas mantém uma postura equilibrada, evitando se alinhar a sanções ou medidas unilaterais dos Estados Unidos e da União Europeia. Essa neutralidade, no entanto, já foi motivo de críticas de Zelensky, que espera uma postura mais clara e solidária de Brasília.

Declarações de Lula na ONU

Na terça-feira (23), durante a abertura da 80ª Assembleia-Geral da ONU, Lula reiterou que a guerra na Ucrânia não terá solução por meio militar. Em seu discurso, ele afirmou: “O recente encontro no Alaska despertou a esperança de uma saída negociada. É preciso pavimentar caminhos para uma solução realista, que leve em conta as preocupações de segurança de todas as partes.”

Além disso, Lula destacou a importância de uma abordagem multilateral e se ofereceu, juntamente com a China, como mediador na busca por um acordo de paz duradouro. O presidente também aproveitou o momento para alertar sobre os impactos da crise climática, afirmando que “bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática”.



Trump muda de posição sobre a guerra

Por outro lado, o ex-presidente americano Donald Trump, que anteriormente sugeriu que a Ucrânia cedesse territórios, mudou de discurso. Em uma postagem nas redes sociais, Trump afirmou que a Ucrânia, com apoio da União Europeia, poderia “lutar e reconquistar toda a Ucrânia de volta à sua forma original”. Ele ainda chamou a Rússia de “tigre de papel”.

Essa mudança de tom surpreendeu muitos, especialmente após Trump ter afirmado, em discurso na ONU, que apoiaria militarmente aliados da Otan em caso de agressões russas. Além disso, o ex-presidente americano se reuniu com diversos líderes, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e os presidentes da Argentina, Javier Milei, e da França, Emmanuel Macron.

Por que esse encontro importa?

Em conclusão, o encontro entre Lula e Zelensky representa um momento crucial para a diplomacia internacional. Embora o Brasil mantenha uma postura de neutralidade, a reunião em Nova York pode abrir espaço para a consolidação de um papel mediador mais ativo de países do Sul Global. O diálogo entre os dois líderes pode influenciar o rumo das negociações e reforçar a necessidade de uma solução pacífica, realista e inclusiva.

  • Guerra na Ucrânia completa mais de 3 anos sem solução à vista
  • Brasil defende negociação e propõe grupo de países neutros
  • Trump muda de posição e agora apoia Ucrânia de forma mais clara
  • Reunião entre Lula e Zelensky pode impactar a diplomacia internacional