Lula na ONU defende diálogo e paz na América Latina e no conflito Ucrânia-Rússia

Lula na ONU defende a manutenção da via do diálogo na Venezuela, a paz na América Latina e a solução diplomática para o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou a importância de manter a diplomacia como principal via de resolução de conflitos. Lula na ONU destacou a necessidade de diálogo tanto na Venezuela quanto no conflito entre Rússia e Ucrânia, defendendo soluções realistas e pacíficas. O discurso do presidente brasileiro, proferido na terça-feira (23), abordou também as crescentes tensões no Caribe e na América Latina, reforçando a prioridade do Brasil por uma região estável e pacífica.

Diálogo como caminho para a paz na Venezuela

Em seu pronunciamento, o presidente mencionou a Venezuela, Haiti e Cuba ao abordar as instabilidades na região. Lula destacou a importância de manter a “via do diálogo” aberta na Venezuela, mesmo com o afastamento diplomático do governo Maduro. Lula na ONU ressaltou que o país continua como parceiro, apesar de reconhecer as críticas à legitimidade do governo venezuelano. Além disso, o presidente condenou a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo, considerando a medida inadmissível.



Portanto, a prioridade do Brasil é manter a América Latina como uma “zona de paz”, afastando-se de intervenções externas que possam agravar os conflitos. O presidente também criticou a abordagem dos EUA, que enviaram navios militares ao Caribe com o argumento de combater o tráfico de drogas, sem mencioná-los diretamente. Lula alertou que intervenções militares costumam trazer consequências humanitárias desastrosas, como já ocorreu em outras partes do mundo.

Combate ao tráfico de drogas deve ser feito com cooperação

Em relação ao combate ao narcotráfico, Lula argumentou que a equiparação entre criminalidade e terrorismo — uma prática adotada pelo governo Trump — é inadequada. Na visão do presidente, a forma mais eficaz de enfrentar o tráfico de drogas é por meio de cooperação internacional, repressão à lavagem de dinheiro e controle do comércio de armas. Em sua fala, ele classificou o uso de força letal em situações que não constituem conflitos armados como uma forma de execução sumária.

Em conclusão, a abordagem brasileira se baseia em respeito à soberania, cooperação e soluções não violentas. Lula destacou a importância de evitar polarizações que possam levar a conflitos maiores, reforçando a necessidade de um novo arcabouço multilateral para lidar com as tensões regionais e globais.



Guerra na Ucrânia não terá solução militar

Outro ponto central de Lula na ONU foi o posicionamento sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se arrasta há mais de três anos. O presidente reiterou a convicção de que o conflito não terá solução militar e enfatizou a necessidade de esforços diplomáticos para viabilizar uma saída negociada. Ele destacou a esperança trazida pelo recente encontro realizado no Alasca, que pode representar o início de um novo ciclo de negociações.

Para Lula, a construção de uma solução realista exige o reconhecimento das preocupações de segurança de todas as partes envolvidas. O presidente russo justificou a invasão alegando a possibilidade de a Ucrânia ingressar na OTAN, o que Moscou vê como uma ameaça. No entanto, o Brasil, juntamente com a China, se coloca à disposição para mediar um diálogo entre as partes, acreditando que a paz só será possível por meio da diplomacia.

Em síntese, a postura de Lula na ONU reforça a tradição brasileira de buscar soluções pacíficas, aprofundar a cooperação internacional e promover a estabilidade em regiões afetadas por conflitos. O discurso, alinhado com a política externa brasileira, destaca o compromisso do país com a paz, a justiça e o respeito aos direitos humanos.

Principais pontos do discurso de Lula na ONU

  • Defesa de diálogo na Venezuela e manutenção de relações diplomáticas
  • Crítica à inclusão de Cuba na lista de países terroristas
  • Alerta sobre intervenções externas no Caribe e na América Latina
  • Condenação ao uso de força letal em contextos não bélicos
  • Enfoque na cooperação internacional contra o tráfico de drogas
  • Reafirmação de que o conflito Ucrânia-Rússia não terá solução militar
  • Oferta de mediação por Brasil e China na busca por um acordo de paz