Maduro, presidente da Venezuela, foi alvo de um boato que circulou nas redes sociais, alegando que ele teria ordenado a liberação de presos políticos e sugerido uma possível renúncia. A informação, no entanto, é totalmente falsa e baseia-se em um vídeo editado que mostra Maduro lendo um documento histórico de 1902, escrito por Cipriano Castro.
O vídeo e a manipulação
O clipe original mostra Maduro em um discurso oficial, onde ele cita a proclamação de 9 de dezembro de 1902. Ele explica que, ao ler o texto, acredita que ele ainda se aplica ao contexto atual da Venezuela. O trecho selecionado no vídeo falso omitiu essa explicação, apresentando apenas a parte que parece indicar uma intenção de renúncia.
Como a fake ganhou tração
O post, publicado no X no sábado 23, recebeu mais de 880 mil visualizações. Alinhado ao momento de tensão entre os Estados Unidos e o governo venezuelano, a narrativa falsa encontrou terreno fértil na desinformação. Além disso, a publicação foi acompanhada de uma foto da Casa Branca anunciando uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro.
O contexto histórico de 1902
Em 1902, Cipriano Castro enfrentava um bloqueio naval imposto por nações europeias. O documento que Maduro leu traz declarações sobre a necessidade de manter a espada em serviço da República. O discurso enfatiza a aspiração de ver o país grande, próspero e feliz. Isso demonstra que a mensagem de Castro, e não de Maduro, era o foco.
Desmascarando a fake
A equipe de checagem de fatos comparou o áudio do vídeo com a versão completa do discurso. A diferença fica clara quando se observa que, no trecho verdadeiro, Maduro diz: “mantendo sempre minha espada, claro, a serviço da República e podendo ter a certeza de que me aposentarei satisfeito.” O boato, portanto, manipula o contexto para criar um cenário de instabilidade política inexistente.
Conclusão
Em conclusão, a história de que Maduro teria sugerido renúncia e liberado presos políticos é, sem dúvida, fake. O líder venezuelano apenas citou um documento histórico que, embora relevante, não indica qualquer intenção de abandonar o cargo. A propagação desse mito reflete a importância de verificar as fontes antes de compartilhar informações nas redes sociais.