A morte de estudante brasileiro na Bolívia tem mobilizado a opinião pública no Brasil e gerado questionamentos sobre as circunstâncias do ocorrido. Igor Rafael Oliveira Souza, de 32 anos, foi encontrado sem vida em Santa Cruz de la Sierra, cidade localizada a cerca de 550 quilômetros da capital boliviana, La Paz.
Circunstâncias da morte
Segundo registros de câmeras de segurança, Igor entrou desorientado em uma papelaria no bairro Equipetrol. Minutos depois, outra câmera o registrou caído em uma calçada, já sem sinais vitais. As imagens, divulgadas pela imprensa local e repassadas pela família à TV Globo, mostram momentos críticos que antecederam o óbito.
Além disso, uma autoridade boliviana, sem ser identificada, mencionou a possibilidade de morte por asfixia. A família acredita que o jovem tenha sofrido um surto psicótico e sido imobilizado por guardas de uma escola alemã próxima ao local. A mãe de Igor, Neidimar Oliveira Souza, revelou que o filho usava drogas e sofria com depressão.
Declarações da família
“A saúde mental dele foi muito afetada e ele precisava de ajuda. A gente estava providenciando para que ele viesse embora e fizesse um tratamento aqui no Brasil”, relatou Neidimar à emissora. Ela acredita que o filho tenha pedido socorro durante um surto, sendo posteriormente imobilizado pelos guardas, o que pode ter levado à sua morte.
Portanto, a família suspeita que tenha havido excesso de força por parte dos seguranças. Uma ex-namorada de Igor afirmou que ele teve as mãos amarradas e já estava sem pulso quando a ambulância chegou ao local.
Ação do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) confirmou que tem conhecimento do caso e que presta assistência consular à família. O Brasil mantém um consulado-geral em Santa Cruz de la Sierra, onde ocorreu o fato. No entanto, o Itamaraty não detalhou quais medidas estão sendo tomadas e se vai arcar com o traslado do corpo.
Diante disso, a família planeja viajar à Bolívia para buscar explicações e resolver os trâmites burocráticos. Contudo, enfrentam dificuldades financeiras. O custo estimado para o translado ultrapassa R$ 26 mil, valor que a família ainda não conseguiu arrecadar integralmente.
Regras para translado de corpos do exterior
Após a morte de Juliana Marins na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o decreto que regulamenta o translado de cidadãos falecidos no exterior. Agora, o governo brasileiro pode custear o transporte em situações excepcionais, como:
- Comprovação de incapacidade financeira da família;
- Falecimento não coberto por seguro;
- Casos que gerem comoção pública;
- Disponibilidade orçamentária.
Anteriormente, o governo não arcava com esses custos. No entanto, o novo decreto abre espaço para que casos como o de Igor sejam reavaliados.
Conclusão
A morte de estudante brasileiro na Bolívia coloca em evidência a necessidade de políticas públicas que protejam cidadãos em situação de vulnerabilidade mental no exterior. Além disso, levanta questionamentos sobre a atuação de agentes de segurança em situações de crise. Enquanto investigações são conduzidas pelas autoridades bolivianas, a família de Igor busca justiça e apoio para trazer o corpo do filho ao Brasil.