Nepal em crise: Sushila Karki assume como primeira-ministra interina após protestos da Geração Z

O Nepal enfrenta sua maior crise em décadas. Após protestos violentos liderados pela Geração Z, Sushila Karki assume como primeira-ministra interina do país.

O Nepal enfrenta uma das maiores crises de sua história recente. Após uma onda de protestos violentos liderados pela Geração Z, o governo do país foi forçado a tomar medidas drásticas. Em meio ao caos, a ex-presidente da Suprema Corte, Sushila Karki, foi nomeada como primeira-ministra interina do Nepal.

A nomeação de Sushila Karki

Sushila Karki, de 73 anos, assume o cargo em um momento extremamente delicado. Ela substitui K.P. Sharma Oli, que renunciou após os protestos generalizados que tomaram conta da capital, Kathmandu. Além disso, Karki é a única mulher a ter ocupado o cargo de presidente da Suprema Corte do Nepal. Portanto, sua nomeação representa um marco histórico, embora temporário.



Motivos dos protestos

Os protestos no Nepal começaram após o governo bloquear o acesso a redes sociais como Facebook, Instagram, YouTube e X. A população, especialmente os jovens, reagiu com indignação. O slogan que ecoou pelas ruas foi claro: “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”. Ademais, acusações de corrupção contra o governo intensificaram o clima de revolta.

A escalada da violência foi rápida. Manifestantes atearam fogo em edifícios governamentais, incluindo a sede do Parlamento e a Suprema Corte. Além disso, casas de ministros e ex-primeiros-ministros foram atacadas. A ministra das Relações Exteriores, Arzu Rana Deuba, e seu marido, ex-primeiro-ministro, foram brutalmente agredidos em suas residências. O vídeo desses ataques viralizou nas redes sociais, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo.

Reação do governo e medidas de emergência

Diante da gravidade dos acontecimentos, o Exército do Nepal assumiu o controle da ordem pública. Um toque de recolher foi imposto em áreas estratégicas de Kathmandu, incluindo o gabinete do primeiro-ministro e a residência presidencial. O Ministério da Saúde lançou um apelo à população para doação de sangue, devido ao alto número de feridos.



Além disso, dois aeroportos foram danificados, incluindo o principal de Kathmandu, que foi temporariamente fechado por conta da fumaça dos incêndios.Hotéis como o Hilton também foram alvos da destruição. Civis foram vistos portando armas de fogo pelas ruas da capital, o que demonstra o colapso da ordem pública.

Cenário político e socioeconômico

O Nepal vive uma crise política e econômica desde o fim da monarquia em 2008. A falta de empregos e oportunidades tem levado milhões de jovens a buscar trabalho no exterior, especialmente no Oriente Médio e na Ásia. Portanto, não é surpresa que a Geração Z, que cresceu em meio à frustração, tenha sido o principal motor dos protestos recentes.

Agora, com Sushila Karki no comando, o país aguarda uma transição pacífica. No entanto, ainda não está claro se haverá eleições para definir um novo líder de forma permanente. Até lá, o Nepal caminha em meio a uma crise sem precedentes, com desafios políticos e sociais que exigem soluções urgentes.