Em 19 de setembro de 2025, o presidente da França, Emmanuel Macron, reinaugurou oficialmente as torres da Catedral de Notre Dame, em Paris, após uma longa e detalhada restauração iniciada após o devastador incêndio de 2019. O evento marca a conclusão da última etapa do ambicioso projeto de reconstrução do monumento histórico.
Um marco histórico para a França
Acompanhado por arquitetos, restauradores e especialistas em patrimônio, Macron percorreu o novo circuito de visitação, que começa na torre sul e termina na torre norte. Além disso, o trajeto inclui uma escada dupla em carvalho maciço com 21 metros de altura — uma verdadeira obra de engenharia inspirada em projetos renascentistas atribuídos a Leonardo da Vinci.
Portanto, o sistema de fluxo permite que os visitantes subam e desçam sem se cruzar, garantindo maior segurança e fluidez. Segundo o diretor de obras, Yoan Malbranque, a estrutura foi projetada para suportar até 100 pessoas simultaneamente, o equivalente a oito toneladas. A escada se adapta ao peso com leve flexão e retorna à posição original, como um amortecedor natural. “Nunca houve nada igual no mundo”, declarou Malbranque.
Nova experiência turística e cultural
A visita às torres foi completamente reformulada para oferecer uma experiência imersiva de aproximadamente 50 minutos. O percurso inclui recursos visuais e sonoros que contam a história da catedral e da cidade. Além disso, há maquetes, quimeras originais e uma trilha sonora artística desenvolvida em parceria com a Abadia de Noirlac.
Para alcançar o topo, é necessário subir 424 degraus. Por isso, recomenda-se boa condição física. A entrada será limitada a 400 mil visitantes por ano, com ingressos vendidos exclusivamente online por €16 (cerca de R$ 103). Apenas 19 pessoas poderão acessar o circuito simultaneamente.
Detalhes da restauração
As obras nas torres fazem parte da segunda fase do projeto de restauração, com orçamento de €552 milhões. A torre norte, mais afetada pelo incêndio, passou por reforços estruturais e inspeção dos sinos em fundições especializadas. Já a torre sul, embora tenha sido poupada pelas chamas, teve suas vigas substituídas e sua cobertura de chumbo renovada.
Segundo Marie Lavandier, presidente do Centro de Monumentos Nacionais, o novo circuito foi projetado para ser “mais fluido, seguro e emocionante”. O foco está na arquitetura gótica e na mediação cultural acessível a todos os públicos — desde turistas casuais até especialistas em patrimônio histórico.
Repercussão na mídia francesa
A reabertura das torres da Notre Dame foi amplamente celebrada pela imprensa francesa. Os jornais destacaram o “trabalho colossal” realizado para restaurar um dos pontos mais icônicos de Paris. O jornal La Croix elogiou a nova escada em espiral de carvalho como um dos destaques do percurso.
Além disso, o Le Parisien relatou que, antes, os visitantes subiam apenas para aproveitar a vista panorâmica da cidade. Agora, todo o trajeto é considerado “magnífico” e cheio de surpresas. O Le Figaro destacou salas e patamares com obras de arte que revelam o artesanato dos carpinteiros do século XII.
Um dos pontos mais impressionantes da visita é a agulha da Notre Dame, reconstruída após o incêndio. A 69 metros de altura, ela pode ser observada de perto. As 16 estátuas que ornamentam sua base foram reinstaladas em julho de 2025.
Em conclusão, a reabertura das torres da Catedral de Notre Dame não apenas encerra um capítulo trágico de sua história, mas também inaugura uma nova era de acessibilidade, segurança e imersão cultural para milhões de visitantes ao redor do mundo.
