Em um momento crucial do conflito no Oriente Médio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país vai construir uma indústria de armas independente para resistir às crescentes restrições internacionais. A declaração ocorreu durante uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (16), logo após o início da ofensiva terrestre em Gaza, a maior já registrada na região.
A ofensiva terrestre em Gaza e suas consequências
A ofensiva terrestre em Gaza marca uma escalada significativa na guerra contra o Hamas. Após semanas de intensos bombardeios, tropas israelenses avançaram sobre a Cidade de Gaza, considerada o último reduto do grupo terrorista na Faixa de Gaza. O ministro da Defesa, Israel Katz, destacou que o Exército israelense ataca “com punho de ferro” para libertar reféns e eliminar a estrutura do Hamas.
“Não recuaremos e não desistiremos — até a conclusão da missão”, declarou Katz em nota oficial. No entanto, a operação já provocou um êxodo em massa da população local. Segundo dados israelenses, cerca de 40% dos habitantes da Cidade de Gaza já deixaram a região, em meio a estradas congestionadas e situações de caos humano.
Reações internacionais e pressões políticas
A ofensiva terrestre em Gaza foi rapidamente condenada pela Organização das Nações Unidas. Volker Turk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, pediu que Israel interrompa imediatamente a “destruição indiscriminada” do território palestino. Além disso, a Unicef classificou como “desumano” o fato de forçar crianças a deixarem suas casas novamente.
No entanto, Netanyahu encontrou apoio dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump, segundo fontes governamentais israelenses, apoia a operação desde que ela seja rápida. Além disso, Trump convidou o primeiro-ministro para uma visita à Casa Branca em duas semanas, demonstrando alinhamento entre os dois países.
Genocídio ou legítima defesa?
Um comitê da ONU acusou Israel de cometer genocídio em Gaza em seu relatório mais recente. O governo israelense, por sua vez, nega veementemente as acusações e afirma que suas ações visam exclusivamente combater o terrorismo. A guerra iniciada em outubro de 2023, após um ataque do Hamas que resultou em mais de 1.200 mortos em território israelense, já teria ceifado a vida de mais de 63 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde local.
Plano de dominação total da Faixa de Gaza
Além da ofensiva terrestre em Gaza, Israel já havia aprovado um plano ambicioso para tomar controle total da Faixa de Gaza, iniciando pela Cidade de Gaza, lar de aproximadamente 1 milhão de pessoas. O ataque terrestre veio após uma série de operações aéreas que destruíram mais de 30 prédios residenciais. Israel alega que o Hamas utilizava esses edifícios como bases operacionais.
Além disso, na semana anterior, Israel realizou um ataque em Doha, no Catar, contra líderes do Hamas, rompendo uma importante via de negociação. O ataque gerou críticas da comunidade internacional e aprofundou a crise diplomática na região.
Conclusão: rumo a uma nova fase do conflito
Portanto, a ofensiva terrestre em Gaza não apenas intensifica o conflito, como também revela uma nova estratégia israelense para manter sua soberania militar em meio a crescentes pressões externas. Com a promessa de uma indústria de armas independente, Netanyahu demonstra que Israel está preparado para manter sua postura defensiva e ofensiva, independentemente das sanções ou condenações internacionais.
