A operação de imigração nos EUA realizada pelo governo Donald Trump em setembro de 2025 causou forte repercussão internacional, especialmente na Coreia do Sul. Mais de 300 trabalhadores sul-coreanos foram detidos em uma fábrica da Hyundai, localizada na Geórgia, durante uma megaoperação que visava combater a imigração ilegal.
O que aconteceu durante a operação?
No dia 4 de setembro, agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE) cercaram a fábrica da Hyundai. Segundo informações oficiais, cerca de 475 imigrantes de diversas nacionalidades foram presos. Desses, 316 eram sul-coreanos. Imagens divulgadas pelo governo americano mostram os trabalhadores sendo algemados e conduzidos para ônibus, em uma operação que contou com apoio de helicópteros e veículos blindados.
Apesar da dureza das imagens, o governo Trump defendeu a ação como parte de sua política rigorosa contra a imigração ilegal. No entanto, isso gerou críticas diplomáticas e levou a uma reunião entre autoridades dos dois países.
Reação diplomática e declarações oficiais
Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA, reuniu-se com o primeiro vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Park Yoon-joo, no dia 14 de setembro. Durante o encontro, Landau expressou pesar pela operação de imigração nos EUA, sugerindo que o caso fosse usado como oportunidade para fortalecer as relações bilaterais.
Além disso, o presidente americano Donald Trump ofereceu aos trabalhadores sul-coreanos detidos a possibilidade de permanecer nos Estados Unidos, com a condição de que treinassem trabalhadores locais. No entanto, apenas um dos imigrantes aceitou a proposta. A maioria optou por retornar à Coreia do Sul.
A volta à Coreia do Sul
Os trabalhadores sul-coreanos chegaram ao Aeroporto Internacional de Incheon na madrugada do dia 12 de setembro. A operação de repatriação foi acompanhada por autoridades sul-coreanas, que receberam os imigrantes com cartazes de apoio e críticas ao governo Trump.
Apesar das pressões, o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, declarou que os procedimentos de embarque foram interrompidos temporariamente para avaliar a proposta de Trump. Em seguida, os trabalhadores foram liberados e conduzidos ao aeroporto na madrugada do dia 11.
Impacto político e econômico
A operação de imigração nos EUA pode afetar os laços entre os dois países, que mantêm uma parceria estratégica em comércio e investimentos. Os EUA e a Coreia do Sul estão negociando um acordo comercial que envolve investimentos de aproximadamente US$ 350 bilhões. Portanto, a crise diplomática pode influenciar diretamente o andamento dessas negociações.
Além disso, o episódio reforça a postura anti-imigração do governo Trump, que tem intensificado ações semelhantes desde o início de seu mandato. A operação na fábrica da Hyundai exemplifica essa abordagem, gerando tensões em alianças estratégicas.
Conclusão
A operação de imigração nos EUA contra trabalhadores sul-coreanos expôs fragilidades nas relações entre os dois países. Embora o vice-secretário Landau tenha expressado arrependimento, o episódio demonstra o impacto que políticas rígidas podem ter em alianças internacionais. A forma como os governos lidarão com as consequências diplomáticas será crucial para o futuro das parcerias entre os EUA e a Coreia do Sul.