O Paulo Figueiredo, produtor de conteúdo político e neto do ex-presidente da ditadura militar João Figueiredo, voltou a ser alvo da atenção nacional após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação, divulgada na segunda-feira (22), envolve coação contra autoridades do Poder Judiciário com o objetivo de interferir em processos ligados à trama golpista de 2022.
Quem é Paulo Figueiredo?
Paulo Figueiredo é formado em economia e possui cursos em instituições renomadas como Harvard, London School of Economics e MIT. Antes de se dedicar ao ativismo digital, atuou como comentarista político na televisão. Conhecido por suas posições contrárias ao STF, teve contas bloqueadas, bens congelados e passaporte cancelado em 2022 por decisão judicial.
Hoje, radicado nos Estados Unidos, Paulo Figueiredo mantém um canal no YouTube, escreve para o conservador The Epoch Times e comercializa cursos online. Além disso, já participou de audiências no Congresso norte-americano, onde acusou o ministro Alexandre de Moraes de comandar uma “ditadura brasileira”.
Ligações com Trump e Eduardo Bolsonaro
Além de sua atuação independente, Paulo Figueiredo é aliado próximo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Juntos, os dois fizeram lobby em Washington para pressionar por sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes.
Portanto, Paulo Figueiredo foi citado nominalmente em uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump. O documento impôs sanções ao ministro Moraes e sobretaxou produtos brasileiros. Além disso, o texto acusou Moraes de violar direitos humanos de cidadãos americanos — incluindo o próprio Figueiredo.
Participação em ações golpistas
- Denunciado em fevereiro por participação em tentativa de golpe de 2022;
- Acusado de “propagação de desinformação”;
- Ainda não foi notificado pessoalmente, pois vive nos EUA;
- Seu processo ainda aguarda análise da Primeira Turma do STF.
Como tramitam as ações no STF?
Após a denúncia da PGR, o Supremo Tribunal Federal precisa admitir a ação para que ela se torne uma investigação penal. Caso seja aceita, Paulo Figueiredo passa à condição de réu. Em seguida, a Corte inicia a fase de instrução, com coleta de provas, depoimentos e interrogatórios.
No final do processo, tanto a acusação quanto a defesa apresentam alegações finais. Os ministros decidem se condenam ou absolvem o réu. Em caso de condenação, o STF define a pena conforme o grau de participação nos crimes. Ainda assim, ambas as partes podem recorrer dentro da própria Corte.
Portanto, o caso de Paulo Figueiredo está longe de terminar. Acompanhar o processo é fundamental para entender o impacto das ações políticas no exterior e a influência de figuras como ele no cenário nacional.
