Paz por meio da força: Desmontando os argumentos de Trump para tarifar o Brasil

Operação Tarifaço: O que sabemos em 2024

Em 30 de julho de 2024, o governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, decretou oficialmente uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A iniciativa foi apresentada como resposta a supostas ameaças à segurança nacional americana, envolvendo acusações sérias contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Argumento principal: A emergência nacional

A Casa Branca fundamentou a medida na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA). Segundo Washington, o governo brasileiro estaria a implementar ‘políticas e ações incomuns e extraordinárias’ que prejudicam empresas americanas, violam a liberdade de expressão de cidadãos americanos e ameaçam a política externa e a economia dos EUA.

De acordo com o comunicado oficial, o ministro Alexandre de Moraes teria emitido ‘centenas de ordens para censurar secretamente seus críticos políticos’. O texto acusa Moraes de apoiar investigações criminais contra americanos que ‘expos[eram] suas graves violações de direitos humanos e corrupção’.

Entre os alvos mencionados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e Paulo Figueiredo, neto do ditador João Batista Figueiredo. O texto destaca ainda que Figueiredo, que reside nos EUA, teria tido sua liberdade de expressão supostamente cerceada por decisões de Moraes.

‘Paz por meio da força’: A doutrina Trump

A expressão ‘Paz por meio da força’ é um componente central da política externa do governo Trump. O slogan resume uma abordagem expansionista e protecionista, alinhada com o princípio ‘América em primeiro lugar’, herança do seu primeiro mandato.

Em comunicado, a Casa Branca afirmou que a imposição de tarifas é uma medida para ‘lidar com as ações imprudentes do Governo do Brasil’, protegendo assim ‘a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos de uma ameaça estrangeira’.

Este conceito representa uma postura mais agressiva em relação a adversários internacionais, marcando um contraste significativo com a política anterior. A aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, no mesmo dia da assinatura do decreto tarifário, reforça essa visão maximalista sobre soberania e poder de punição internacional.

Detalhes da tarifa de 50%

As tarifas entram em vigor no dia 6 de agosto de 2024, prevendo uma sobretaxa de 50% sobre diversos produtos brasileiros. O governo americano argumenta que estas medidas são necessárias para combater práticas do governo brasileiro que supostamente:

  • Prejudicam empresas americanas
  • Violam a liberdade de expressão de cidadãos americanos
  • Comprometem interesses estratégicos dos EUA

Segundo a Casa Branca, estas práticas seriam implementadas através do Poder Judiciário brasileiro, compelindo empresas a entregar dados de usuários, alterar políticas de moderação de conteúdo e censurar discursos políticos.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tentou contato com Washington, mas relatos indicam que ‘ninguém quer conversar’ sobre o tarifaço.

Consequências práticas

Além do tarifaço, o governo americano já aplicou sancões contra Alexandre de Moraes mediante a Lei Magnitsky. Essas medidas incluem:

  • Bloqueio de bens de Moraes nos EUA
  • Bloqueio de empresas associadas
  • Proibição de transações com americanos

Dessa forma, a Administração Trump está criando um cenário de forte tensão diplomática e econômica entre os dois países, marcando um novo capítulo na complexa relação bilateral.

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