O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, confirmou nesta quarta-feira (10) que o país abateu drones russos que invadiram seu espaço aéreo durante um ataque à Ucrânia. Em comunicado oficial, Tusk afirmou que a Polônia está pronta para “reagir a ataques e provocações” e declarou que o incidente representa uma ameaça sem precedentes à segurança regional.
Violação aérea e resposta imediata
Segundo informações das Forças Armadas polonesas, 19 drones russos violaram o espaço aéreo da Polônia. Três desses drones foram abatidos por caças da Força Aérea polonesa, em uma operação coordenada com aliados da Otan. Ainda está em andamento a busca pelos demais dispositivos, que podem representar riscos à população local.
Além disso, o governo polonês ativou os sistemas de defesa antiaérea em nível máximo de prontidão. A população foi orientada a permanecer em casa, e aeroportos como Chopin, Modlin, Rzeszów e Lublin tiveram suas operações suspensas temporariamente. Já Lublin opera em regime de emergência.
Artigo 4 da Otan é acionado
Após o ataque, o primeiro-ministro Donald Tusk convocou consultas de emergência com os aliados da Otan por meio do Artigo 4, que permite que um país-membro solicite reunião quando sua segurança estiver ameaçada. Embora não haja razões para declarar estado de guerra, Tusk destacou que “nunca estivemos tão perto de um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial”.
Portanto, o caso marca a primeira vez que um país da Otan responde diretamente com armas a um ataque russo no contexto da guerra na Ucrânia. O presidente polonês, Karol Nawrocki, classificou o evento como “sem precedentes na história da Otan”.
Efeitos no território polonês
Um dos drones atingiu um prédio residencial na vila de Czosnowka, sem causar vítimas. Policiais confirmaram a descoberta de um drone danificado na região. Além disso, componentes de outros drones foram encontrados perto de um cemitério na cidade de Cześniki, no condado de Zamość.
A Força Aérea ucraniana inicialmente relatou que os drones russos representavam uma ameaça à cidade de Zamosc, próxima à fronteira com a Polônia. No entanto, posteriormente removeu a postagem do Telegram, gerando confusão sobre a extensão da ameaça.
Repercussão internacional
O governo polonês convocou o encarregado de negócios da Rússia no país para explicações, segundo a agência russa RIA Novosti. A iniciativa demonstra o tom firme adotado por Varsóvia diante de uma violação considerada deliberada e perigosa.
Diante disso, a comunidade internacional acompanha com atenção a evolução da situação. A Polônia, aliada estratégica da Otan e vizinha da Ucrânia, assume papel central na contenção de eventuais escaladas do conflito.
- Primeira vez que a Polônia abate drones russos em solo nacional
- Resposta militar coordenada com a Otan
- Ativação de sistemas de defesa antiaérea no mais alto nível
- Convocação de consultas de emergência na Otan
- Ameaça crescente à segurança dos países vizinhos
