Protestos da Geração Z no Peru: jovens tomam as ruas contra o governo e geram impacto nacional

Acompanhe os protestos da Geração Z no Peru, com jovens nas ruas contra o governo de Dina Boluarte, exigindo mudanças e denunciando corrupção.

Os protestos da Geração Z no Peru têm abalado o cenário político e social do país nos últimos dias. Manifestantes, majoritariamente jovens, tomaram as ruas de Lima, entraram em confronto com a polícia e deixaram dezenas de feridos, em uma onda de insatisfação contra o governo de Dina Boluarte.

Origens dos protestos da Geração Z no Peru

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Os protestos da Geração Z no Peru começaram no dia 20 de setembro de 2025. O estopim inicial foi a tentativa de reforma no sistema de aposentadoria, que obrigaria todos os peruanos acima de 18 anos a aderir a um provedor de pensão. Além disso, a população também demonstra descontentamento com o governo de Boluarte, o Congresso e uma série de problemas estruturais como corrupção, insegurança econômica e aumento da criminalidade.

Confrontos e tensões nas ruas

Na madrugada do dia 27 de setembro, os protestos da Geração Z no Peru resultaram em confrontos violentos com a polícia. Segundo a Coordenação Nacional de Direitos Humanos, 18 pessoas ficaram feridas após a ação da tropa de choque. A tensão aumentou quando os manifestantes avançaram em direção às imediações do Congresso Nacional.

Impactos econômicos e setoriais

Além dos desdobramentos políticos e sociais, os protestos da Geração Z no Peru afetaram a economia local. A empresa Hudbay Minerals informou a suspensão temporária de suas operações de mineração devido à instabilidade. O Peru é, atualmente, o terceiro maior produtor de cobre do mundo, além de grande fornecedor de ouro e prata. Portanto, a paralisação afetou diretamente o setor mineral, evidenciando a força de mobilização popular.



Perfil dos manifestantes: Geração Z em ação

Assim como ocorre em outros países, os protestos da Geração Z no Peru são liderados por jovens nascidos entre 1995 e 2009. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística do Peru (INE), cerca de 27% da população nacional está entre 18 e 29 anos. Esse contingente tem se mobilizado de forma significativa, usando símbolos culturais como a caveira com chapéu de palha, personagem de One Piece, mangá japonês que retrata lutas contra tiranias.

Discurso de resistência

Leonardo Muñoz, um dos manifestantes em Lima, destacou a ligação entre a narrativa de One Piece e a realidade peruana. “Luffy viaja libertando povos de governos tirânicos e corruptos – e é exatamente isso que estamos vivendo aqui”, afirmou. Além disso, a juventude reforça o cansaço de ser silenciada, de normalizar a morte e a corrupção. “Estamos indo às ruas porque estamos cansados de viver com medo”, disse Santiago Zapata, estudante e manifestante.

Crise de legitimidade e desafios democráticos

Segundo Jo-Marie Burt, professora de estudos latino-americanos da Universidade de Princeton, os protestos da Geração Z no Peru são sintomáticos de um descontentamento de longa data. “Existe um nível baixo, mas constante de insatisfação no país, e isso já persiste há anos”, declarou à Reuters. O governo de Boluarte apresenta uma taxa de aprovação de 2,5%, enquanto o Congresso alcança apenas 3%, segundo o Instituto de Estudos Peruanos.

Comparação histórica e perspectivas futuras

Os protestos ocorrem em um momento em que democracias ao redor do mundo enfrentam pressões. Burt lembra que o cenário atual remete aos anos 1990, sob o governo de Alberto Fujimori, quando o sistema de justiça foi capturado para fins autoritários. No entanto, ainda há espaço para a reação de forças democráticas. “Mesmo diante de um controle quase total, mobilizações inesperadas podem gerar resultados positivos. A ópera ainda não terminou”, finalizou Burt.

Conclusão

Os protestos da Geração Z no Peru representam a força de uma juventude que não se cala diante da injustiça. Eles não apenas exigem mudanças imediatas, como também colocam em xeque a legitimidade de instituições governamentais. À medida que o movimento ganha força, ele se torna um símbolo de resistência, tanto no Peru quanto em outros países que enfrentam crises de representatividade política.

  • Manifestações de jovens em Lima
  • Crise de aprovação de Dina Boluarte
  • Impactos econômicos devido à paralisação de minas
  • Referências culturais como símbolos de resistência
  • Desafios democráticos e comparações históricas