Como Funcionam os Radares de Velocidade Média?
Radares de velocidade média são tecnologias projetadas para calcular a velocidade média de veículos em trechos extensos de estradas. No Brasil, esses equipamentos foram testados recentemente na BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora. No trecho, dois radares registraram placas e horários exatos de passagem, permitindo que um software calculasse a velocidade média dos carros. Durante o teste, mais de 300 motoristas foram flagrados acima do limite de 100 km/h, com velocidade média de 105 km/h. No entanto, como estão em fase educativa, não emitem multas.
Barreiras Legais e Técnicas
Artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê infrações apenas em locais específicos, não em trechos rodoviários. Isso significa que os radares de velocidade média exigiriam alterações legislativas para serem validados. Além disso, a Resolução 728/20 do Contran não contempla essa tecnologia, criando um impasse regulatório. Além dos obstáculos jurídicos, há questões técnicas, como a necessidade de integração entre equipamentos e sistemas de fiscalização.
Comparativo Internacional
No Reino Unido, os radares de velocidade média foram implementados em 1999 e hoje são amplamente utilizados. No Brasil, porém, a ausência de adaptação legal aos avanços tecnológicos atrasa sua adoção. Analistas apontam que a introdução desses radares exigiria não apenas modificação do CTB, mas também treinamento de agentes de trânsito e investimento em infraestrutura.
Impactos na Segurança Rodoviária
A implementação efetiva dos radares de velocidade média poderia reduzir acidentes em longas distâncias, onde motoristas tendem a desrespeitar limites de velocidade. No entanto, a transição entre a fase educativa e a aplicação de multas requer estudos detalhados para evitar críticas à eficácia ou à privacidade dos condutores.
Conclusão
Enquanto os radares de velocidade média demonstram eficiência em testes, sua aplicação no Brasil enfrenta desafios complexos. A modernização do CTB e a colaboração entre governos federal e estadual são essenciais para viabilizar essa tecnologia. Portanto, sua adoção oficial dependerá de um processo legislativo acertado e implementação técnica robusta.