Ramagem não era ensaísta de Bolsonaro, afirma defesa em julgamento

Defesa afirma que Ramagem atuava como compilador de opiniões de Bolsonaro, sem criar conteúdo original. Entenda os detalhes do julgamento.

Em um julgamento de grande repercussão, a defesa de Ramagem apresentou uma posição clara e detalhada sobre o papel desempenhado pelo ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo os argumentos apresentados, Ramagem não atuava como um ensaísta oficial do presidente, mas sim como um “compilador” de ideias e opiniões.

O papel de Ramagem segundo a defesa

A defesa argumenta que Ramagem tinha a função de organizar e estruturar discursos e textos com base nas falas e posições públicas de Bolsonaro. Portanto, ele não criava conteúdo original, apenas compilava e formatava ideias já existentes. Além disso, a defesa reforça que essa prática é comum em assessorias de políticos, onde o conteúdo é coletivo e voltado à comunicação institucional.



Detalhes do julgamento

Durante o julgamento, a acusação sustentou que Ramagem teria produzido textos que incitavam condutas ilegais. No entanto, a defesa rebateu essa tese com veemência. Ramagem, segundo seus advogados, limitava-se a reunir declarações públicas do então presidente e transformá-las em documentos oficiais. Em outras palavras, ele não teria autonomia editorial, mas sim uma função técnica e administrativa.

Além disso, a defesa trouxe à tona a rotina de trabalho em gabinetes políticos, onde assessores frequentemente reproduzem discursos de seus superiores. Portanto, atribuir responsabilidade individual a Ramagem seria, segundo os argumentos legais, uma interpretação equivocada do contexto político e institucional em que ele atuava.

Repercussão do caso

O caso tem gerado grande repercussão na mídia e entre especialistas em Direito Administrativo e Políticas Públicas. Muitos juristas afirmam que a linha tênue entre responsabilidade individual e institucional precisa ser melhor delimitada. Em conclusão, o julgamento de Ramagem serve como um termômetro das tensões entre liberdade de expressão e responsabilização política.



Apesar das divergências, o que se destaca é a necessidade de compreender o papel dos assessores políticos. Eles operam em um ambiente de alta pressão e proximidade com o poder, o que exige julgamentos criteriosos e isentos. Ramagem, nesse contexto, pode ser visto como um exemplo da complexidade das relações dentro do Poder Executivo.