Após a notável aproximação entre Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, as relações Brasil-EUA passam por um momento crucial. O presidente americano elogiou publicamente o presidente brasileiro, destacando a “química excelente” entre ambos. Agora, movimentos concretos começam a tomar forma, com reuniões de alto nível em Brasília.
Reunião no Senado fortalece interlocução parlamentar
Na última quinta-feira (25), diplomatas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília e assessores dos senadores norte-americanos Jeanne Shaheen (democrata) e Pete Ricketts (republicano) se reuniram com Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado. Essa reunião, que ocorreu apenas dois dias após a aproximação entre Lula e Trump, demonstra o interesse mútuo em retomar relações Brasil-EUA de forma mais colaborativa.
Além disso, a diplomacia brasileira já iniciou conversas com autoridades de Washington para viabilizar uma reunião bilateral entre os presidentes. Enquanto isso, o Congresso brasileiro busca novos canais de diálogo. “Os senadores americanos sinalizaram o interesse em visitar o Brasil e estão prontos para aprofundar o diálogo interparlamentar”, afirmou Trad. Portanto, a interação entre os legislativos dos dois países tende a ganhar mais protagonismo nos próximos meses.
Retomada das negociações sobre tarifas
Em julho, o Brasil enviou uma comitiva a Washington com o objetivo de negociar a redução das tarifas de 50% impostas pelo governo Trump sobre produtos brasileiros. No entanto, a reaproximação política agora abre espaço para a retomada dessas negociações. Em resposta, o Senado aprovou na quarta-feira (24) o texto principal de um projeto de lei que cria espaço fiscal para medidas emergenciais, a fim de compensar os exportadores afetados pelas tarifas.
Essas medidas mostram a importância de uma abordagem conjunta diante dos desafios econômicos e comerciais. Além disso, a presença de senadores norte-americanos em Brasília indica que a dimensão parlamentar das relações Brasil-EUA está sendo levada a sério por ambos os lados.
Atuação da J&F e os bastidores da aproximação
Segundo informações do colunista Octávio Guedes, a “química” entre Lula e Trump contou com mediação de bastidores. A atuação da J&F, grupo empresarial com fortes conexões internacionais, teria ajudado a facilitar o primeiro contato. Esse tipo de influência privada nas relações Brasil-EUA não é incomum, principalmente em contextos de crise comercial. No entanto, a prioridade agora é consolidar os entendimentos por meio de canais institucionais.
Portanto, a nova fase nas relações Brasil-EUA exige atenção redobrada do governo brasileiro, do Congresso Nacional, e do setor privado. Em conclusão, a aproximação entre Lula e Trump pode representar um divisor de águas, desde que traduzida em ações concretas de cooperação bilateral.
- Reunião de diplomatas em Brasília
- Aproximação entre Lula e Trump na ONU
- Retomada da negociação sobre tarifas
- Atuação da iniciativa privada nas relações