A resolução da ONU sobre Palestina, aprovada pela Assembleia Geral em 12 de setembro de 2025, reafirma o apoio internacional à solução de dois Estados, ao mesmo tempo em que rejeita a participação do grupo terrorista Hamas no processo político futuro da Faixa de Gaza.
O que diz a nova resolução da ONU sobre Palestina
O documento, apresentado por França e Arábia Saudita, obteve 142 votos favoráveis, 10 contrários — incluindo Israel e Estados Unidos — e 12 abstenções. Além disso, a resolução condena explicitamente os ataques do Hamas ocorridos em 7 de outubro de 2023, exigindo a libertação imediata dos reféns mantidos em Gaza.
“O Hamas deve deixar de exercer sua autoridade sobre a Faixa de Gaza e entregar suas armas à Autoridade Palestina”, afirma o texto aprovado, que visa garantir a soberania de um futuro Estado palestino independente. Essa exigência, segundo a resolução, deve contar com o apoio da comunidade internacional.
Reações internacionais à resolução da ONU
Israel reagiu negativamente à resolução da ONU sobre Palestina. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oren Marmorstein, classificou a decisão como “vergonhosa” e afirmou que ela “não favorece uma solução para a paz”, pois, segundo Israel, encoraja o Hamas a prolongar o conflito.
No entanto, especialistas apontam que a resolução oferece um escudo diplomático para os países que apoiam os palestinos. Richard Gowan, do International Crisis Group, destacou que, pela primeira vez, a Assembleia Geral condena diretamente o Hamas em um texto oficial.
- Condenação clara ao Hamas por atos terroristas;
- Exigência de desarmamento e saída da Faixa de Gaza;
- Defesa da soberania de um Estado palestino independente;
- Previsão de missão internacional de estabilização em Gaza após cessar-fogo.
Pressão internacional cresce sobre Israel
A aprovação da resolução da ONU sobre Palestina acontece pouco antes da cúpula internacional copresidida por Riad e Paris, marcada para 22 de setembro em Nova York. O presidente francês, Emmanuel Macron, promete reconhecer formalmente o Estado palestino durante o evento.
Essa movimentação demonstra que a pressão internacional para o fim da guerra em Gaza se intensifica. A resolução também prevê uma missão temporária de estabilização em Gaza, sob supervisão do Conselho de Segurança da ONU, com o objetivo de proteger civis e apoiar o fortalecimento das instituições palestinas.
Perspectivas para a criação de um Estado Palestino
Apesar do apoio de cerca de três quartos dos Estados-membros da ONU ao Estado palestino — proclamado em 1988 —, a realidade no terreno é desafiadora. A expansão da colonização israelense na Cisjordânia e o discurso de figuras como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que declarou “não haverá um Estado palestino”, indicam que a implementação prática continua em risco.
Portanto, embora a resolução da ONU sobre Palestina represente um avanço diplomático, sua efetividade depende do compromisso dos países envolvidos e da pressão da comunidade internacional para garantir a paz duradoura na região.