Reunião Trump e Lula na ONU: alívio de tensões e promessa de diálogo

A reunião Trump e Lula na ONU sinaliza nova fase nas relações entre Brasil e EUA. Após críticas e tarifas comerciais, os líderes prometem diálogo direto.

Na manhã de 23 de setembro de 2025, durante a Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que se reunirá com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na semana seguinte. O encontro tem como principal pauta a crise comercial entre os dois países, provocada pelas tarifas de 50% impostas pelos EUA a produtos brasileiros.

Um encontro marcado pela “química excelente”

Em seu discurso, Trump destacou que teve um encontro casual com Lula no corredor da ONU, que resultou em um abraço e um rápido acordo para se encontrarem em breve. “Ele pareceu um cara muito agradável, e tivemos uma química excelente”, afirmou o presidente norte-americano, reforçando a importância de uma relação direta entre os líderes.



Apesar das críticas recentes de Trump ao Judiciário brasileiro, e das tarifas comerciais aplicadas, a reunião Trump e Lula representa uma tentativa de normalizar as relações bilaterais. Fontes do governo brasileiro confirmaram o encontro, embora ainda não tenham detalhado se será presencial ou por videoconferência.

Contexto de crise e tentativa de reconciliação

Desde julho de 2025, quando Trump impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, as relações entre os dois países têm sido tensas. A medida foi justificada pelos EUA como resposta ao que consideram “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas por interferir nos direitos e liberdades dos cidadãos americanos”, declarou Trump em seu discurso, antes de elogiar Lula.

Apesar da dureza das críticas, a promessa de uma reunião direta indica que ambas as partes estão dispostas a negociar. A reunião Trump e Lula será a primeira conversa oficial entre os dois líderes desde o início da crise comercial. A expectativa é de que o diálogo possa resultar em uma revisão das tarifas ou ao menos em um alívio de tensões.



Reações políticas e análise internacional

Analistas políticos afirmam que o gesto de Trump em elogiar publicamente Lula, após meses de críticas à sua administração, pode ser uma estratégia de aproximação. “Trump prefere negociações diretas, sem intermediários, e isso pode abrir espaço para acordos concretos”, destacou o colunista internacional Sandra Cohen.

Além disso, a retomada de um canal de comunicação direto com o Brasil desmonta a narrativa de que apenas o empresário Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, teria influência junto à Casa Branca. A reunião Trump e Lula confirma que a diplomacia bilateral ainda é possível, mesmo em momentos de crise.

Discurso de Trump na ONU: críticas e declarações polêmicas

Além de mencionar o Brasil, o presidente norte-americano fez um discurso longo e controverso na Assembleia Geral da ONU. Em seu pronunciamento, Trump voltou a negar a gravidade do aquecimento global, criticou a ONU, a China e a Rússia, e afirmou que tem encerrado guerras sem apoio internacional. “Muita gente diz que eu deveria ganhar o Nobel da Paz”, disse, em referência a conflitos como os entre Israel e Irã, e Paquistão e Índia.

Trump também defendeu uma política de imigração restritiva, alegou que as energias renováveis são “uma piada” e voltou a acusar a China de ser responsável pela pandemia de coronavírus. O tom de seu discurso, considerado improvisado em alguns momentos, dividiu opiniões entre os presentes, mas rendeu aplausos quando pediu um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Portanto, a reunião Trump e Lula não apenas marca uma possível virada nas relações entre Brasil e EUA, como também surge em um contexto internacional de discursos polarizadores e de uma diplomacia de caráter pessoal, típica do estilo de governo de Donald Trump.

Conclusão

Em meio a críticas e tensões, a reunião entre Trump e Lula pode ser o primeiro passo para a estabilização das relações entre os dois países. Ao reatar o diálogo, ambos os líderes sinalizam a importância de uma negociação direta, sem intermediários, para resolver disputas comerciais e políticas. O mundo acompanhará com atenção o desenrolar dessa nova fase da diplomacia internacional.