Situação Tensa: Rússia anuncia fim da moratória sobre mísseis
A tensão entre a Rússia e os Estados Unidos intensificou-se após a Rússia anunciar formalmente o fim da moratória que vinha mantendo sobre a instalação de mísseis de curto e médio alcance. Esta decisão ocorre no contexto de acusações mútuas, sendo a Rússia acusada dos EUA de posicionar semelhantes armamentos na Europa e na região Ásia-Pacífico.
Acusações Formais
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que após a posição adotada pelos Estados Unidos, ‘deixaram de existir as condições’ para a manutenção da suspensão acordada. Esta postura foi reforçada pelo ex-presidente Dimitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo.
Medvedev acusou explicitamente os países da OTAN, escrevendo na rede social X: ‘A declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre a retirada da moratória sobre a implantação de mísseis de médio e curto alcance é resultado da política antirrussa dos países da OTAN’. Ele completou: ‘Essa é a nova realidade com a qual nossos oponentes terão que lidar. Espere novas medidas’.
Estatísticas relevantes:
- Os EUA operam 71 submarinos nucleares, incluindo 14 com capacidade balística nuclear.
- A Marinha russa pediu ‘grande prudência’ ao discutir armas nucleares, minimizando o envio recente de submarinos americanos.
Contexto Histórico Crucial
A atual situação tem profundas raízes históricas. A moratória em questão foi estabelecida em 2019, imediatamente após os EUA abandonarem o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), um pacto fundamental assinado em 1987 entre Moscou e Washington.
No ano seguinte, os EUA acusaram a Rússia de violar o INF ao desenvolver o míssil 9M729, um sistema russo com alcance estimado de até 1.500 km. Embora Moscou tenha negado qualquer infração, seguiu Washington no rompimento do tratado.
Ao mesmo tempo, a Rússia propôs uma moratória voluntária, comprometendo-se a não instalar mísseis de médio e curto alcance, desde que os EUA fizessem o mesmo. Esta foi uma demonstração de boa-fé, mas a recente decisão russa marca o fim dessa linha temporária.
Reações e Perspectivas Diferentes
O governo russo enviou um sinal inequívoco de que a confiança foi rompida. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, respondeu pedindo ‘grande prudência’ nas declarações sobre armas nucleares, minimizando o significado do envio recente de submarinos nucleares americanos.
Segundo Peskov, os submarinos americanos já operam ‘em serviço permanente’, configurando apenas a ‘manutenção rotineira’ de sua frota. Esta visão contrasta com a posição norte-americana, que via na medida uma ‘nova escalada’ na tensão nuclear.
O Timming Importa: Visita e Prazos Cruciais
Esta escalada diplomática ocorre num contexto geopolítico complexo. O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, planeja visitar Moscou ‘nesta semana’, antes do prazo de 8 de agosto para o chamado ‘tempo de paz’ no conflito ucraniano. Esta visita representa uma tentativa de diálogo antes do limite.
Consequências Possíveis
A ameaça russa de ‘novas medidas’ sugere que este pode ser apenas o início de uma nova fase de desarma ou escalada armamentística. A situação permanece instável, com potenciais consequências globais significativas.
Visão Geral da Crise
Em síntese, a crise atual representa:
- Quebra de compromissos anteriores: Fim da moratória russa de 2019
- Acusações mútuas: Ambos os lados acusam o parceiro de violar normas estabelecidas
- Risco crescente: Potencial para nova escalada no armamento nuclear