Na sexta-feira (26), o Conselho de Segurança da ONU decidiu reativar sanções ao Irã após uma votação acirrada, medida que entra em vigor às 21h do horário de Brasília. A decisão marca um novo capítulo nas tensões internacionais relacionadas ao programa nuclear iraniano, que há anos gera preocupações em diversos países e organizações globais.
Decisão rejeita proposta de adiamento
Uma tentativa de adiar a reativação das sanções por mais seis meses, liderada por Rússia e China, foi rejeitada. A proposta, que buscava estender o prazo de vigência da resolução que regula o acordo nuclear de 2015, foi apoiada por apenas quatro dos 15 membros do conselho. Nove votaram contra e dois se abstiveram. Portanto, a iniciativa de Moscou e Pequim não prosperou.
Além disso, França, Alemanha e Reino Unido acusaram Teerã de violar o acordo de 2015 que limitava o programa nuclear iraniano, com o objetivo de impedir o desenvolvimento de armas nucleares. Apesar disso, o Irã nega qualquer irregularidade e classifica a reativação das sanções como uma manobra política.
Reações internacionais e declarações de Teerã
Após a votação, o representante da França na ONU destacou que o retorno das sanções “não significa o fim da diplomacia” com o Irã. Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores de Teerã, Abbas Araqchi, condenou a decisão e chamou a medida de “legalmente nula e politicamente imprudente”.
Araqchi também responsabilizou os Estados Unidos, além de potências europeias, por uma possível escalada de tensões. Segundo ele, a diplomacia será mais difícil a partir de agora, mas não será completamente descartada. Em resposta, o governo iraniano afirmou estar preparado para ajustar suas políticas caso as sanções sejam efetivamente restabelecidas.
Programa nuclear e desafios à comunidade internacional
Em junho, o Irã anunciou a construção de uma terceira instalação de enriquecimento de urânio, o que representa um aumento significativo em sua capacidade nuclear. A medida desafia diretamente as exigências da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e dos Estados Unidos, além de ocorrer poucos dias antes de um ataque de Israel, apoiado pelos EUA, contra instalações nucleares iranianas.
Essa escalada levou a ONU a emitir a primeira censura ao Irã por descumprir o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), um acordo global assinado por 191 países. A partir desse momento, a reativação de sanções ao Irã passou a ser considerada uma resposta institucional.
Consequências e o futuro das relações internacionais
Com o reforço das sanções, a comunidade internacional enfrenta um novo desafio: como manter o diálogo com Teerã sem comprometer a segurança global? A situação demonstra a fragilidade de acordos internacionais quando há divergências de interesses entre potências globais. Além disso, o Irã reafirma que não abandonará seu programa de enriquecimento de urânio, considerado um símbolo de soberania nacional.
Diante desse cenário, a diplomacia internacional terá um papel fundamental para evitar uma escalada de tensões que pode impactar não apenas o Oriente Médio, mas também a ordem geopolítica global. Em conclusão, a reativação de sanções ao Irã pelo Conselho de Segurança da ONU marca uma virada importante, cujos efeitos devem ser monitorados de perto pelas instituições e governos ao redor do mundo.
- Conselho de Segurança da ONU aprova reativação de sanções
 - Irã acusado de violar acordo nuclear de 2015
 - Países como Rússia e China tentam adiar sanções, mas falham
 - Teerã reafirma compromisso com enriquecimento de urânio
 - Agência da ONU censura Irã por não cumprir TNP
 
