O shutdown nos Estados Unidos é um cenário de paralisação parcial do governo federal, que ocorre quando o Congresso não aprova a lei de orçamento ou uma extensão temporária do financiamento público. Com o prazo de expiração do orçamento à meia-noite de 30 de setembro, a possibilidade de um novo shutdown se torna cada vez mais concreta.
O que é shutdown e como ele afeta a população?
Literalmente, shutdown significa “paralisação”. Nos Estados Unidos, esse termo é usado para descrever a suspensão temporária de operações governamentais não essenciais. Essa situação exige que o governo reduza drasticamente suas atividades até que um novo orçamento seja aprovado. No entanto, serviços considerados essenciais, como segurança nacional, correios e controle aéreo, continuam funcionando.
Portanto, a população sente os impactos de forma direta. Agências como a Nasa podem suspender operações, parques nacionais podem fechar, e subsídios para pequenas empresas podem sofrer atrasos. Além disso, milhares de funcionários públicos podem ser dispensados temporariamente, sem receber salários até que a crise seja resolvida.
Por que o shutdown pode acontecer em 2025?
O impasse orçamentário atual envolve uma disputa entre republicanos e democratas no Congresso. Os republicanos, com o presidente Donald Trump à frente, defendem uma prorrogação temporária do orçamento sem mudanças significativas. No entanto, os democratas se recusam a aprovar esse plano sem garantias de retomada de gastos em áreas como saúde e subsídios sociais. Em consequência, a falta de acordo aumenta o risco de um shutdown a partir de 1º de outubro.
Estão em jogo aproximadamente US$ 1,7 trilhão em gastos discricionários, que representam cerca de 25% do orçamento total de US$ 7 trilhões do governo. Esse valor é crucial para manter as operações de diversas agências federais. O restante do orçamento destina-se a programas de saúde, aposentadoria e pagamento de juros da dívida pública, que atualmente supera a marca de US$ 37,5 trilhões.
Quem são os principais atores envolvidos?
Donald Trump, que culpa os democratas pelo impasse, convocou uma reunião de emergência com líderes do Congresso na Casa Branca, em uma tentativa de evitar a paralisação. Do lado oposto, Chuck Schumer, líder da oposição democrata no Senado, busca manter a unidade de seu partido para pressionar por concessões orçamentárias.
Além disso, a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, aprovou em 19 de setembro uma prorrogação do orçamento até 21 de novembro. No entanto, a proposta foi rejeitada no Senado, onde são necessários 60 votos para a aprovação. Esse cenário de divisão partidária aumenta a incerteza sobre a aprovação de uma nova lei de orçamento antes do prazo.
Impacto econômico e reações do mercado
Investidores têm acompanhado de perto o desenrolar da crise orçamentária. Na última segunda-feira (29), o ouro atingiu um novo recorde, cotado acima de US$ 3.800 por onça, impulsionado pela valorização de ativos de risco diante da desvalorização do dólar e do aumento da aversão ao risco. A possibilidade de um shutdown contribui para a instabilidade nos mercados financeiros, afetando desde ações até títulos de dívida pública.
Em conclusão, o shutdown não é apenas uma disputa política, mas um reflexo das profundas divisões ideológicas dentro do sistema político dos EUA e de suas implicações econômicas de grande alcance. Acompanhar a evolução dessa crise é essencial para entender o futuro do governo e da economia norte-americana.
