Os sobrevoos de drones na Dinamarca nos últimos dias levantaram um estado de alerta generalizado nas autoridades do país. Drones não identificados sobrevoaram aeroportos civis e militares, provocando interrupções no tráfego aéreo e gerando preocupações de segurança nacional.
Incidentes registrados em múltiplos aeroportos
Os sobrevoos de drones na Dinamarca ocorreram em locais estratégicos, incluindo os aeroportos de Aalborg, Esbjerg, Sonderborg e a base aérea de Skrydstrup. Além disso, o aeroporto de Copenhague também foi alvo, assim como o de Oslo, na Noruega. Tais eventos, que aconteceram por duas noites consecutivas, interromperam operações de voo e geraram investigações imediatas.
Os equipamentos identificados tinham luzes visíveis, mas não foi possível determinar modelos específicos ou identificar os operadores. Embora nenhum dispositivo tenha sido abatido, a decisão de não interferir foi tomada devido a riscos à segurança civil, segundo o chefe do Estado-Maior dinamarquês, Michael Hyldgaard.
Investigação aponta possível ação coordenada
O governo dinamarquês classificou os sobrevoos de drones na Dinamarca como uma “ameaça sistemática” e suspeita de envolvimento de um “agente profissional”. A investigação está sendo conduzida com apoio dos serviços de inteligência e das Forças Armadas.
A primeira-ministra Mette Frederiksen descreveu o evento como “o ataque mais grave contra uma infraestrutura crítica” no país. Além disso, a liderança dinamarquesa correlacionou os incidentes com ações recentes atribuídas à Rússia, como drones em Polônia e Romênia e violações de espaço aéreo na Estônia.
Reação da Rússia
O Kremlin negou envolvimento nos sobrevoos de drones na Dinamarca e chamou as acusações de “infundadas”, por meio de seu porta-voz, Dmitry Peskov. Mesmo sem confirmação, a suspeita de ação coordenada tem mobilizado aliados da Otan na Europa.
Resposta da Otan e inovações de defesa
Diante da crescente ameaça de drones, a Otan reforçou esforços para desenvolver sistemas de defesa contra veículos aéreos não tripulados. A Aliança tem investido em tecnologias que neutralizam drones sem recorrer a armas de espectro elevado, optando por soluções rápidas, eficientes e de baixo custo.
Segundo o capitão de fragata Julien Dechanet, do Comando Aliado de Transformação (ACT), “a guerra de hoje é de inovação”. Por isso, a Otan tem promovido parcerias com startups europeias, inclusive aquelas que já colaboram com a Ucrânia.
Além disso, os sistemas de GPS, essenciais para navegação, têm sido alvo de interferências, o que exige novas estratégias de proteção. A Aliança está testando tecnologias capazes de manter a qualidade do sinal mesmo em ambientes hostis.
Medidas de segurança e o encontro da União Europeia
Os sobrevoos de drones na Dinamarca ocorrem em um momento delicado: a União Europeia realizará um encontro de cúpula em Copenhague. A movimentação de líderes aumenta a preocupação com possíveis ações de sabotagem ou ataques híbridos.
Diante disso, a Dinamarca anunciou a aquisição de novos sistemas de detecção e neutralização de drones. O ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, destacou que o objetivo dessas ações é “espalhar medo, dividir e intimidar”.
Portanto, a vigilância aérea e a cooperação internacional se tornam essenciais para garantir a segurança em um cenário de crescente instabilidade geopolítica. Os sobrevoos de drones na Dinamarca reforçam a necessidade de preparação contínua e respostas rápidas frente a ameaças tecnológicas modernas.
Resumo dos aeroportos afetados
- Aalborg – fechado temporariamente
- Esbjerg – sem interrupção, pois não havia voos
- Sonderborg – sem interrupção, pois não havia voos
- Skrydstrup – base aérea militar
- Copenhague – interrupção de operações
Em conclusão, os sobrevoos de drones na Dinamarca não representam apenas uma ameaça física, mas também um desafio estratégico de grande relevância para a segurança europeia.
