O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou veementemente ter enviado uma suposta carta a Jeffrey Epstein que inclui um desenho de uma mulher nua. Em entrevista recente, Trump afirmou que a assinatura no documento não é autêntica e que o conteúdo não condiz com seu estilo de comunicação.
O que é a suposta carta de Trump a Epstein?
A suposta carta de Trump a Epstein faz parte de um álbum comemorativo produzido por Ghislaine Maxwell, antiga parceira do bilionário, em homenagem aos 50 anos de Epstein. O documento teria sido enviado em 2003, muito antes das acusações de tráfico sexual que levaram à prisão de Epstein em 2019.
Na segunda-feira (8), o Congresso norte-americano recebeu uma cópia desse álbum entregue por advogados do espólio de Jeffrey Epstein. O documento em questão traz uma mensagem peculiar e uma assinatura que, segundo a Casa Branca, não corresponde à de Donald Trump.
Declarações oficiais da Casa Branca
Ao ser questionado sobre a suposta carta de Trump a Epstein, o presidente respondeu: “Não é a minha assinatura e não é como eu falo. Isso é um absurdo”. Além disso, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, afirmou que a assinatura apresentada difere da habitualmente usada por Trump.
Portanto, a porta-voz Karoline Leavitt reforçou que o presidente não apenas não assinou, mas também não criou a imagem controversa. Apesar dessas declarações, alguns veículos da imprensa resgataram documentos da década de 1990 nos quais a assinatura de Trump parece semelhante à do documento em questão.
Contexto do caso Epstein e relação com Trump
Jeffrey Epstein foi um bilionário acusado de tráfico sexual envolvendo menores. Entre 2002 e 2005, ele aliciou dezenas de jovens para encontros sexuais em suas propriedades. Em 2008, assinou um acordo com a Justiça, mas em 2019, o caso foi reaberto e Epstein foi preso novamente. Ele morreu na prisão dias depois, em circunstâncias ainda controversas.
Além disso, durante a campanha eleitoral de 2024, Trump prometeu revelar uma lista de nomes de pessoas envolvidas na rede de Epstein. No entanto, a procuradora-geral Pam Bondi insinuou a existência de tal lista, que nunca foi divulgada. Mais recentemente, o Departamento de Justiça afirmou que não encontrou nenhuma lista de clientes nos arquivos da investigação.
O conteúdo da carta
O texto da carta, que foi traduzido e divulgado pela imprensa, traz um tom enigmático:
- Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo.
- Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é.
- Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.
- Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.
Essa linguagem incomum, aliada à imagem controversa, alimentou ainda mais as especulações sobre a autoria do documento.
Repercussão política e jurídica
A revelação da suposta carta de Trump a Epstein gerou grande repercussão política. O Partido Democrata destacou o caso como parte de uma possível tentativa de obscurecer a relação entre Trump e Epstein. Além disso, o conteúdo irritou a base de apoiadores republicanos, que acreditam em teorias da conspiração ligadas ao caso Epstein.
Anteriormente, em julho, o jornal The Wall Street Journal havia publicado o conteúdo da carta, mas sem o documento original. Na ocasião, Trump entrou com um processo judicial contra o veículo, pedindo indenização de US$ 10 bilhões. No entanto, com a divulgação do álbum completo, novas dúvidas surgiram sobre a veracidade do material.
Em conclusão, a suposta carta de Trump a Epstein permanece envolta em mistério. Embora a Casa Branca negue qualquer envolvimento, a semelhança entre assinaturas antigas e o contexto sensível do caso mantêm o interesse da opinião pública. Enquanto investigações forenses forem conduzidas, especulações continuarão a cercar essa polêmica.