TCU aponta graves lacunas na fiscalização de bets devido à escassez de servidores e tecnologia
O Tribunal de Contas da União (TCU) alertou publicamente para as fragilidades no sistema de fiscalização das operadoras de jogos online (bets), destacando que a equipe responsável pela prevenção à lavagem de dinheiro no Ministério da Fazenda enfrenta sérios desafios operacionais. Segundo o órgão, a combinação de funcionários insuficientes e tecnologia defasada dificulta a capacidade do governo de monitorar transações suspeitas e aplicar sanções eficazes.
Desafios técnicos e humanos na prevenção à lavagem de dinheiro
Além da falta de pessoal qualificado, o TCU identificou que a infraestrutura tecnológica utilizada pelo Ministério da Fazenda não está alinhada à complexidade das operações financeiras em plataformas de bets. “A capacidade analítica e o rastreamento em tempo real são críticos para combater atividades ilícitas, mas a atual estrutura de dados e ferramentas disponíveis são limitadas”, afirma o relatório. A situação, no entanto, não é recente: relatórios anteriores apontavam para problemas semelhantes desde 2020.
Consequências para a segurança pública e a economia
Essas deficiências têm consequências diretas para a segurança pública. Sem fiscalização robusta, plataformas de bets podem ser usadas para ocultar a origem de recursos provenientes de crimes, como tráfico de drogas e corrupção. Além disso, a ineficiência administrativa gera perdas fiscais, já que royalties e impostos sobre operações em bets não são recolhidos de forma eficiente. Portanto, a pressão por reformas estruturais no setor aumenta.
Soluções propostas pelo TCU
Para remediar a situação, o TCU recomenda a reforço imediato da equipe técnica, com foco em profissionais especializados em análise de dados financeiros e compliance. “A alocação de recursos humanos qualificados é essencial para integrar sistemas e garantir a eficácia das operações”, destaca o relatório. Além disso, a modernização das ferramentas de monitoramento, como a implementação de inteligência artificial para detectar padrões suspeitos, deve ser priorizada.
Em conclusão, a atuação coordenada entre o Ministério da Fazenda, o TCU e demais órgãos de fiscalização é indispensável para estabilizar o cenário atual. Sem medidas urgentes, riscos de corrupção e evasão fiscal continuarão a ameaçar a integridade do sistema financeiro nacional.
