Tensão EUA-Venezuela: Maduro acusa Estados Unidos de ameaçar soberania com frota militar

A tensão EUA-Venezuela aumenta com frota militar norte-americana no Caribe. Maduro promete luta armada se for atacado.

A tensão EUA-Venezuela atingiu níveis alarmantes após o presidente Nicolás Maduro acusar os Estados Unidos de direcionar uma frota militar para as águas venezuelanas. Segundo Maduro, oito embarcações de guerra norte-americanas, incluindo um submarino nuclear, navegam em direção ao território venezuelano.

Maduro promete “luta armada” em caso de agressão

Durante uma entrevista coletiva realizada em 1º de setembro de 2025, Maduro afirmou que os navios militares dos EUA portam cerca de 1.200 mísseis, todos apontados para a Venezuela. Além disso, o líder venezuelano classificou a movimentação como “a maior ameaça à América Latina do último século”.



Portanto, Maduro enfatizou que, se o país for atacado, a Venezuela entrará imediatamente em estado de luta armada para defender sua soberania. “Não nos curvaremos diante de ameaças”, declarou.

Operação dos EUA gera especulações

Os Estados Unidos justificam a presença militar no Caribe como parte de uma operação contra o tráfico de drogas na região. No entanto, especialistas e analistas questionam a verdadeira motivação por trás do envio de 4.500 militares, um esquadrão anfíbio e aviões espiões P-8.

  • Possível tentativa de derrubar o governo de Maduro;
  • Especulações sobre interesse em petróleo venezuelano;
  • Ações semelhantes às recentes no Oriente Médio;
  • Ameaça ao regime considerado ilegítimo por Washington.

Maurício Santoro, doutor em Ciência Política, afirma que a operação não é um blefe, mas sim uma preparação real para alguma forma de intervenção militar. No entanto, ele ressalta que uma invasão terrestre ainda parece inviável, enquanto ataques aéreos ou operações com drones são mais plausíveis.



Reação da comunidade internacional

O governo venezuelano reagiu de forma enérgica à presença militar dos EUA. Maduro enviou uma carta à ONU, pedindo apoio internacional e classificando a ação como “ameaça gravíssima” à paz e à segurança global.

Além disso, o líder convocou 4,5 milhões de milicianos e enviou 15 mil tropas para a fronteira com a Colômbia. A Venezuela também mobilizou sua marinha e aeronáutica para reforçar a defesa territorial.

Petróleo e geopolítica: o que está realmente em jogo

Apesar da justificativa norte-americana sobre o tráfico de drogas, dados da ONU indicam que a maioria das substâncias consumidas nos EUA não tem origem na Venezuela. Portanto, especialistas afirmam que o verdadeiro alvo pode ser o controle das maiores reservas de petróleo do mundo, localizadas na Venezuela.

De acordo com o Relatório Mundial de Energia de 2025, o país sul-americano detém cerca de 302,3 bilhões de barris em reservas. Os EUA, por sua vez, estão em nono lugar no ranking global.

Conclusão: uma crise que pode escalar

A tensão EUA-Venezuela demonstra o quão frágil é o equilíbrio geopolítico na América Latina. Embora o governo Trump ainda não tenha confirmado uma invasão, ações como o envio de tropas e o silêncio oficial aumentam a incerteza. No cenário atual, o risco de conflito direto é real e exige atenção internacional.

A Venezuela, por sua vez, se prepara para o pior enquanto o mundo assiste à escalada de uma crise que pode ter repercussões globais.