A tensão Venezuela EUA atingiu novos patamares com o anúncio do presidente Nicolás Maduro de que militares treinarão civis no uso de armas. A medida faz parte de uma estratégia de defesa em resposta à presença militar dos Estados Unidos no Caribe.
Maduro convoca população civil para treinamento militar
Em um pronunciamento oficial, Maduro declarou: “No próximo sábado, 20 de setembro, os quartéis, a Força Armada Bolivariana, vão até o povo, vão às comunidades, para colocá-los para revisar, para ensinar a todos os que se alistaram, homens e mulheres, no manuseio do sistema de armas”. Portanto, essa será a primeira vez que militares entrarão diretamente nas comunidades com esse tipo de instrução.
Além disso, o treinamento civil surge como uma resposta direta ao envio de uma frota dos EUA ao sul do Caribe. Maduro acusa Washington de planejar uma invasão, alegando que a operação visa impor um governo fantoche e tomar o controle das reservas petrolíferas venezuelanas.
Exercícios militares em La Orchila
Na quarta-feira (17), a Força Armada Nacional iniciou três dias de exercícios na ilha de La Orchila, a apenas 65 km da costa continental. Essa mobilização é considerada a mais significativa desde que os EUA posicionaram sete navios de guerra, incluindo um submarino nuclear, na região.
- Sete navios de guerra posicionados no Caribe;
- 4.500 militares enviados pelos EUA;
- Aviões de combate F-35 em Porto Rico;
- Aviões de reconhecimento P-8 sobrevoando águas internacionais.
No entanto, especialistas questionam a real intenção dessa operação militar. Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, afirma que “o tipo de equipamento enviado não condiz com uma operação contra o tráfico de drogas”. Além disso, Maurício Santoro, doutor em Ciência Política, compara a situação com o cenário recente do Irã, sugerindo que os EUA podem estar considerando uma intervenção direta.
Acusações dos EUA e recompensa pela captura de Maduro
Os Estados Unidos acusam Maduro de liderar o suposto Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista. Em decorrência disso, o Departamento de Estado oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.
Por sua vez, Maduro nega qualquer envolvimento com o narcotráfico e afirma: “Nós não nos metemos com ninguém, mas nos preparamos caso seja necessário”. A declaração reflete o tom defensivo do governo diante da pressão externa.
Posicionamento da Casa Branca
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, evitou detalhar os objetivos militares, mas disse que o governo Trump utilizará “toda a força” contra o regime de Maduro. Além disso, segundo o site Axios, o presidente teria solicitado um “menu de opções” para a Venezuela, o que indica que autoridades americanas não descartam uma ação mais agressiva no futuro.
Enquanto isso, Caracas intensifica seus esforços de mobilização militar e organiza milícias civis para repelir qualquer tentativa de intervenção externa. Em conclusão, a tensão Venezuela EUA permanece elevada, com fortes indícios de que o conflito diplomático pode evoluir para uma crise militar se medidas de desescalada não forem adotadas.
