As tensões com a Venezuela atingiram um novo patamar após a visita surpresa do secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, a um navio militar posicionado no sul do Caribe. O encontro ocorreu em meio a uma escalada de ações militares por parte dos EUA, que justificam a movimentação como parte de uma operação contra o narcoterrorismo.
Operação militar dos EUA no Caribe
Atualmente, oito navios da Marinha dos EUA estão posicionados próximo ao território venezuelano. Sete deles operam no Caribe, enquanto um encontra-se no Oceano Pacífico. Além disso, os Estados Unidos enviaram dez caças F-35 para Porto Rico, reforçando sua presença militar na região.
O USS Iwo Jima, um dos navios envolvidos, recebeu a visita de Hegseth, que aproveitou o momento para reforçar a mensagem de que os EUA não tolerarão mais o tráfico de drogas originado da Venezuela. Em um discurso direto aos militares, ele declarou: “O que vocês estão fazendo agora não é treinamento. Este é um exercício real em nome dos interesses nacionais vitais dos Estados Unidos”.
Autorização para uso da força
No início da semana, o presidente Donald Trump autorizou os militares americanos a derrubarem caças venezuelanos que se aproximarem de forma “perigosa” de embarcações norte-americanas. A decisão ocorreu após relatos de que dois aviões da Força Aérea venezuelana sobrevoaram um navio de guerra dos EUA no Caribe.
Além disso, os EUA confirmaram um ataque recente a um barco suspeito de tráfico de drogas, que teria partido da Venezuela com destino ao território norte-americano. Onze pessoas morreram no incidente, segundo informações oficiais.
Retórica e ameaças políticas
A administração Trump não esconde sua intenção de pressionar o governo de Nicolás Maduro. O presidente classificou a reeleição de Maduro como “estranha” e acusou o país de enviar drogas e criminosos aos EUA. Além disso, os Estados Unidos consideram Maduro um “fugitivo da Justiça” e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura.
A governadora de Porto Rico, Jenniffer González, destacou a relevância da visita de Hegseth como uma “mensagem direta ao líder do cartel na Venezuela”, reforçando que os EUA não permitirão mais a circulação ilegal de substâncias e armas vindas de Caracas.
Possibilidade de intervenção militar
Segundo informações da imprensa internacional, o governo americano já solicitou um “menu de opções” em relação à Venezuela. Embora não haja confirmação oficial, especialistas descartam a possibilidade de uma invasão imediata, porém não descartam ações como bombardeios ou operações mais limitadas.
Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, analisa que a movimentação militar dos EUA no Caribe é semelhante à ocorrida no Oriente Médio meses atrás. “Não é simplesmente um blefe. Há preparação para algum tipo de intervenção militar”, afirma.
Reações da Venezuela
Diante das ações dos EUA, o governo venezuelano classificou a movimentação como uma “ameaça clara”. Caracas já iniciou mobilização de militares e milícias para reforçar sua defesa em caso de uma intervenção estrangeira.
Portanto, as tensões com a Venezuela seguem em alta. Com uma forte presença militar dos EUA na região, o cenário político e militar permanece instável, exigindo atenção constante da comunidade internacional.