As tensões entre Venezuela e EUA atingiram um novo patamar em setembro de 2025, quando o presidente Nicolás Maduro ordenou a convocação de reservistas, milicianos e jovens alistados para treinamentos militares em quartéis espalhados pelo país.
Convocação em massa diante de ameaças percebidas
Em um discurso transmitido pela televisão estatal na sexta-feira, 12 de setembro, Maduro convocou todos os cidadãos alistados para comparecerem às unidades militares e aprenderem a “atirar para a defesa da pátria”. Além disso, o presidente destacou que o objetivo é preparar a população civil para resistir a uma eventual ameaça externa.
“Todos os venezuelanos que se alistaram devem ir para os quartéis para receber treinamento e aprender, nos polígonos de tiro, a atirar para a defesa da pátria”, declarou Maduro, reforçando a necessidade de preparo diante do aumento das tensões entre Venezuela e EUA.
Mobilização de armas e tropas
Além da convocação popular, Maduro anunciou a mobilização de fuzis, tanques e mísseis por todo o território venezuelano. Segundo ele, essas medidas são essenciais para garantir a soberania nacional. “Quem quer paz, prepare-se para defendê-la”, conclamou o presidente.
Portanto, foram enviados pelo menos 25 mil efetivos das Forças Armadas para estados fronteiriços com a Colômbia e o Caribe. Maduro ainda incentivou os cidadãos a se alistarem na Milícia Bolivariana, um grupo de civis armados que, segundo dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), conta com aproximadamente 212 mil efetivos.
Reação dos EUA e acusações de interferência
Em agosto de 2025, os Estados Unidos enviaram oito navios de guerra, além de caças F-35, para o sul do Caribe. O objetivo declarado foi combater o tráfico internacional de drogas. No entanto, Maduro acusou os EUA de realizar uma operação camuflada para interferir nos assuntos da América Latina.
“As embarcações estão apontadas para a costa da Venezuela”, afirmou Maduro há duas semanas, reforçando sua desconfiança em relação às intenções dos Estados Unidos. Apesar das acusações, autoridades militares dos EUA mantiveram que as manobras são rotineiras e não visam qualquer nação em particular.
Realidade da Milícia Bolivariana
Embora o número oficial da Milícia Bolivariana seja elevado, generais reformados consultados pela AFP estimam que apenas cerca de 30 mil milicianos estejam bem treinados e armados. Esse contingente é composto, principalmente, por aposentados, funcionários públicos e membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Além disso, a convocação de civis demonstra uma estratégia de guerra popular, onde a população civil desempenha papel fundamental na defesa nacional. Essa abordagem é comum em regimes com forte viés ideológico, como é o caso do governo Maduro.
Perspectivas para o futuro
Com o aumento das tensões entre Venezuela e EUA, especialistas temem que uma escalada possa levar a um conflito militar. No entanto, Maduro, de farda militar, também declarou que busca a redução das tensões para evitar qualquer confronto direto.
Portanto, os próximos dias serão decisivos para determinar se a situação se acalma ou se intensifica. A comunidade internacional acompanha de perto os movimentos de ambos os lados, especialmente os sinais emitidos pelas forças armadas dos EUA no Caribe.