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TikTok nos EUA: Trump anuncia acordo para manter app sob controle americano

O TikTok nos EUA ganhou uma nova chance de permanecer ativo no país após o presidente Donald Trump anunciar a assinatura de uma ordem executiva que define os termos de um acordo com a empresa chinesa ByteDance. O objetivo é transferir o controle das operações do aplicativo para um grupo de investidores norte-americanos, em conformidade com a legislação local.

Como funciona o acordo do TikTok nos EUA

Segundo o decreto assinado, a ByteDance manterá uma participação inferior a 20% no negócio, enquanto um consórcio liderado por investidores americanos assumirá a gestão de 80% das operações. Essa estrutura visa atender a uma lei federal que exige o afastamento de empresas chinesas do controle direto de plataformas que lidam com dados de cidadãos norte-americanos.



Além disso, a Casa Branca destacou a importância de manter o TikTok nos EUA operante, mas de forma segura. O governo argumenta que a medida protege a privacidade dos usuários e evita possíveis interferências externas, especialmente por parte de Pequim.

Investidores americanos entram no controle

O acordo conta com a participação de nomes influentes do setor tecnológico, como Larry Ellison, fundador da Oracle, e Rupert Murdoch, magnata da mídia. Outras empresas como Silver Lake Management e Andreessen Horowitz, ambas do Vale do Silício, também integram o grupo.

Apesar de os investidores terem afinidade política com Trump, o presidente afirmou que o app continuará neutro, sem alinhamento a qualquer orientação ideológica. “A alienação proposta permitiria que milhões de americanos que usam o TikTok todos os dias continuassem a usá-lo, ao mesmo tempo em que protegeria a segurança nacional”, declarou.



Impacto para os usuários e mudanças esperadas

Com o novo acordo, o TikTok nos EUA passará por mudanças estruturais. O mais significativo será a criação de um modelo nacional do algoritmo, a tecnologia responsável por sugerir conteúdos aos usuários. Segundo o vice-presidente JD Vance, a Oracle, que já fazia parte da infraestrutura do app, continuará a armazenar dados de usuários, mas agora com supervisão direta de empresas americanas.

“Esse acordo significa que os americanos poderão continuar a usar o TikTok, e com mais tranquilidade do que antes, porque seus dados estarão protegidos e não serão usados como uma ferramenta de propaganda contra o público”, afirmou Vance. Além disso, o pacto garante que o algoritmo do TikTok, considerado seu “ingrediente secreto”, será controlado exclusivamente por interesses norte-americanos.

Contexto legal e próximos passos

Em 2024, o Congresso norte-americano aprovou uma lei que determina o banimento do TikTok caso o controle do app não fosse transferido a uma entidade independente da matriz chinesa. Trump, no entanto, prorrogou a aplicação dessa lei em várias ocasiões, a mais recente das quais estendeu o prazo até 16 de dezembro de 2025. A ordem executiva de quinta-feira (25) concedeu mais 120 dias para concluir a transação, o que significa que a nova estrutura deve estar em vigor até 23 de janeiro de 2026.

Na coletiva de imprensa, Trump mencionou o ativista conservador Charlie Kirk, recentemente assassinado, como uma das figuras que o motivaram a agir. Ele também afirmou que a China, embora tenha resistido inicialmente, teria aceitado a proposta após conversas com o presidente chinês Xi Jinping. No entanto, Pequim ainda não confirmou oficialmente tal entendimento.

Portanto, o futuro do TikTok nos EUA agora depende da concretização desse acordo, a ser monitorada pelas autoridades de ambos os países, bem como pela própria comunidade de usuários, que representa quase metade da população americana.

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