Tiroteio destrutivo em província costeira do Equador deixa 8 mortos
Em um tiroteio devastador ocorrido frente a uma boate na região rural de Santa Lucía, na província costeira de Guayas, o Equador vive nova onda de violência. O episódio resultou em pelo menos 8 vítimas fatais, repercutindo pela crise de insegurança que assola o país. Especialistas afirmam que o evento é mais um capítulo da escalada criminosa que envolve organizações mafiosas transnacionais.
O ataque em detalhes
Conforme informa o jornal El Comercio, Jorge Luis Urquizo Ferruzol, irmão do prefeito Ubaldo Urquizo Mora, foi uma das vítimas. Testemunhas relatam que diversos homens armados, utilizando rifles de longo alcance, desembarcaram de duas motocicletas e de dois veículos automotores para iniciar a fuzilaria em meio à multidão. O local do confronto, a boate Nápoles, localiza-se na Avenida 3 de Febrero.
As vítimas fatais incluem sete pessoas decapitadas no local do confronto e uma mulher, identificada como sobrevivente que posteriormente faleceu no hospital. A Polícia Nacional realizou perícia no local, com peritos da Unidade de Mortes Violentas e Pessoas Desaparecidas (Dinased) e da Unidade de Criminalística recolhendo evidências relevantes.
Um contexto de instabilidade
O tiroteio ocorreu apenas dois dias após outro ataque violento em uma região costeira, desta vez envolvendo explosivos contra um barco próximo à província de El Oro, que deixou quatro pessoas mortas e várias desaparecidas. Esta escalada de violência tem gerado preocupações crescentes entre lideranças políticas e especialistas em segurança.
Profissionais de segurança explicam que o aumento da criminalidade está diretamente ligado a disputas territoriais entre facções criminosas. Esses grupos, conectados a cartéis transnacionais de tráfico de drogas, intensificaram suas operações na região pacífica, de onde as drogas são clandestinamente exportadas para a América Central, os Estados Unidos e a Europa.
As consequências na região costeira
Em apenas alguns meses, dezenas de pessoas perderam a vida nas quatro principais províncias litorâneas equatorianas: El Oro, Guayas, Manabí e Los Ríos. Especialistas em políticas de segurança destacam que estas regiões já se encontram em estado crítico, com capacidades institucionais insuficientes para conter a onda de violência.
Indícios de uma crise crônica
Os números alarmantes da criminalidade no Equador demonstram uma situação de crescente instabilidade. Este ano, mais de 4.600 pessoas perderam a vida vítimas de homicídios, o maior índice anual desde a última década. Especialistas em dados forenses apontam que o país de 18 milhões de habitantes registrou cerca de 7.000 assassinatos no ano passado, abaixo dos mais de 8.000 casos ocorridos em 2023, considerado recorde histórico.
No entanto, a situação permanece crônica e complexa. Ainda não há informações claras sobre os motivadores específicos que motivaram este tiroteio, embora a proximidade temporal com outros eventos violentos sugeriria alguma conexão estratégica entre as organizações criminosas.
Diante deste cenário, especialistas em políticas de segurança recomendam intervenções urgentes, incluindo reforço nas unidades móveis de combate ao tráfico, implementação de programas de mediação com comunidades locais e aprofundamento das investigações sobre as conexões transnacionais que alimentam este ciclo de violência.