Trump ameaça Chicago com força ‘apocalíptica’: entenda o contexto e as reações políticas

Trump ameaça Chicago com força 'apocalíptica' e gera reações políticas. Entenda o contexto, as declarações do presidente e as respostas de autoridades locais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça Chicago com o envio de tropas da Guarda Nacional e agentes de imigração, em uma escalada que gera forte reação política e jurídica no país. No sábado (6), Trump publicou em sua rede social uma montagem inspirada no filme Apocalypse Now, mostrando helicópteros sobre a cidade e uma bola de fogo, acompanhada de uma legenda provocativa: “Adoro o cheiro de deportações pela manhã. Chicago está prestes a descobrir por que se chama Departamento de GUERRA”.

O contexto da ameaça

Essa publicação faz parte de uma série de declarações do presidente contra cidades governadas por democratas. Além de Chicago, Trump mencionou Baltimore, Nova Orleans e Portland como possíveis alvos de ações federais. A tensão aumenta ainda mais após o presidente assinar, na sexta-feira (5), um decreto que propõe a mudança do nome do Departamento de Defesa para “Departamento de Guerra”. Embora a medida ainda precise ser aprovada pelo Congresso, ela reforça a retórica agressiva adotada pelo governo.



Reações políticas imediatas

O governador de Illinois, JB Pritzker, respondeu com veemência às declarações de Trump. Em publicação no X (antigo Twitter), Pritzker chamou o presidente de “aspirante a ditador” e afirmou: “O presidente está ameaçando entrar em guerra com uma cidade americana. Isso não é uma piada. Isso não é normal.” Além disso, o governador destacou que Illinois não será intimidado por esse tipo de postura.

  • Declarações de Trump são vistas como abuso de poder;
  • Governadores democratas prometem buscar ações judiciais;
  • A Guarda Nacional já foi usada em outras cidades como Washington e Los Angeles.

Poderes presidenciais e limites legais

Trump tem defendido publicamente a ideia de que possui poderes quase ilimitados para mobilizar a Guarda Nacional. Em declarações anteriores, o presidente afirmou: “Se me chamarem de ditador, mas eu acabar com o crime, então posso ser o que quiser. Sou o presidente dos Estados Unidos. Se eu considerar que o país está em perigo — e ele está nessas cidades — posso agir.”

No entanto, especialistas em direito constitucional apontam que o uso da força militar em solo americano sem justificativa clara pode violar normas federais e estaduais. Portanto, líderes municipais e estaduais em Chicago já indicaram que vão acionar a Justiça para barrar qualquer ação federal que viole a autonomia local.



O que vem pela frente?

Apesar de ainda não haver detalhes oficiais sobre uma operação em Chicago, a oposição ao governo federal cresce. O episódio acentua a polarização política nos EUA, especialmente em um ano eleitoral. Críticos acusam Trump de instrumentalizar a força militar para fins políticos, enquanto apoiadores defendem a necessidade de uma postura mais dura contra a criminalidade urbana.

Trump ameaça Chicago em um momento delicado da política interna dos Estados Unidos. O desenrolar dessa crise pode ter implicações significativas para o futuro das relações entre o governo federal e os estados, bem como para o debate sobre os limites do poder presidencial.