A relação entre Trump e o Fed tem gerado grande repercussão nos mercados financeiros e na política internacional. Recentemente, o ex-presidente dos Estados Unidos intensificou sua pressão sobre o Federal Reserve ao tentar afastar a diretora Lisa Cook do cargo, alegando “justa causa”. No entanto, especialistas destacam que tal destituição não possui respaldo legal sólido.
A acusação contra Lisa Cook
Donald Trump baseou sua tentativa de remoção de Lisa Cook em uma acusação de fraude hipotecária apresentada pelo aliado William Pulte. Embora o presidente invoque uma brecha na Lei do Federal Reserve de 1913, que permite a destituição por “justa causa”, juristas como Peter Conti-Brown afirmam que eventos anteriores à nomeação de Cook não se enquadram nesse conceito. Além disso, as acusações já haviam sido analisadas durante o processo de confirmação de Cook no Senado.
O que Trump busca com essa ação?
Para analistas, essa tentativa não é isolada. Trump e o Fed têm sido alvo recorrente de críticas do ex-presidente, que busca influenciar a política monetária dos EUA. Desde o início de seu mandato, ele pressiona por juros mais baixos, argumentando que isso estimularia a economia. No entanto, essa postura coloca em risco o controle da inflação e a independência do banco central.
E se Trump conquistar maioria no Fed?
Caso Trump consiga nomear novos membros ao conselho do Fed, ele pode indicar dirigentes alinhados às suas visões. Isso pode levar a uma maior interferência política nas decisões monetárias. Segundo especialistas do BTG Pactual, isso comprometeria a credibilidade do banco central e afetaria negativamente as expectativas dos agentes econômicos.
- Risco de aumento da inflação;
- Desvalorização do dólar;
- Desconfiança dos investidores internacionais;
- Encarecimento de empréstimos e financiamentos.
Por que os mercados reagem com indiferença?
Inicialmente, o mercado não reagiu com grande volatilidade à tentativa de Trump. Estrategistas da Avenue explicam que investidores duvidam do sucesso da ação. Outra hipótese é que alguns agentes vejam a interferência como uma oportunidade para alinhar o Fed às políticas econômicas republicanas, o que poderia beneficiar o ambiente de negócios.
Impactos no Brasil
A desvalorização do dólar frente ao real favorece a economia brasileira. Produtos importados tornam-se mais baratos, ajudando a conter a inflação. Além disso, o Banco Central brasileiro pode ter mais espaço para reduzir a Selic, atualmente em 15% ao ano. Juros mais baixos estimulam o consumo e os investimentos, impulsionando o crescimento do PIB.
Efeitos positivos para o Brasil
- Redução do custo de importações;
- Fortalecimento do real;
- Possível corte na taxa Selic;
- Estímulo ao setor de commodities.
Portanto, embora o caso Trump e o Fed gere preocupações institucionais, ele também pode abrir novas oportunidades econômicas para países emergentes como o Brasil. O cenário, no entanto, permanece delicado e deve ser acompanhado de perto por gestores, investidores e formuladores de políticas públicas.