O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcou presença na final do US Open neste domingo (7), em Nova York, como convidado da marca suíça Rolex. O convite levanta questões políticas e econômicas, já que o governo americano impõe tarifas significativas sobre produtos suíços.
Presença de Trump no US Open gera reações divididas
Durante sua passagem pelo torneio, Trump foi fotografado acenando para o público antes do início da partida entre Carlos Alcaraz e Jannik Sinner. A plateia reagiu com aplausos e vaias, refletindo a polarização em torno da figura do presidente. Além disso, a Associação de Tênis dos EUA orientou a transmissão da ABC a não exibir manifestações negativas contra sua presença. “Pedimos regularmente a nossos parceiros de transmissão que evitem mostrar perturbações fora da quadra”, declarou a entidade.
Relações comerciais com a Suíça sob forte pressão
Portanto, o convite da Rolex contrasta com a política comercial adotada pelo governo Trump. Recentemente, os EUA impuseram uma tarifa de 39% sobre produtos importados da Suíça. Essa taxa é mais de duas vezes e meia maior do que a aplicada aos bens da União Europeia (15%) e quase quatro vezes maior que a cobrada sobre exportações britânicas (10%).
- Tarifa sobre produtos suíços: 39%
- Tarifa sobre produtos da União Europeia: 15%
- Tarifa sobre produtos britânicos: 10%
Histórico de Trump no US Open
Trump já era presença frequente no US Open antes de assumir a presidência. Nascido no Queens, bairro que abriga o torneio, o ex-presidente costumava assistir aos jogos noturnos de sua suíte no complexo. No entanto, desde 2015, sua presença no evento havia se tornado rara. A última aparição marcante ocorreu naquele ano, quando foi vaiado durante uma partida de quartas de final.
Após retornar à Casa Branca, Trump retomou a frequência a eventos esportivos. Ele esteve presente no Super Bowl, na Daytona 500, em lutas do UFC e na final do Mundial de Clubes da Fifa — ocasião em que também recebeu vaias e aplausos.
Declarações de Alcaraz sobre a presença de Trump
O tenista espanhol Carlos Alcaraz declarou que considera a presença do presidente “ótima para o tênis”, mas ressaltou que o mesmo se aplicaria a qualquer chefe de Estado. Mesmo assim, Alcaraz afirmou que tentará não se concentrar no fato durante a partida. “Não quero ficar nervoso por causa disso”, revelou.
Polêmica entre política e negócios
Trump tem sido criticado por misturar interesses políticos e comerciais. Além da relação controversa com a Rolex, ele anunciou que sediará o G20 em dezembro de 2026 no Trump National Doral, em Miami. Essa prática demonstra sua estratégia de alavancar eventos internacionais para promover seus empreendimentos.
Portanto, a participação de Trump no US Open reforça o padrão de uso de eventos públicos como plataforma de visibilidade pessoal e comercial. Enquanto o debate sobre conflitos de interesse continua, sua presença permanece como um dos episódios mais marcantes da temporada esportiva americana.