A popularidade de Trump nos Estados Unidos tem seguido um padrão peculiar em seu segundo mandato. Inicialmente impulsionado por promessas econômicas, o atual presidente dos EUA agora enfrenta uma queda de aprovação nesse setor, especialmente entre os eleitores independentes. Portanto, ele tem redirecionado sua estratégia, apostando fortemente em temas como segurança nas fronteiras e imigração.
Segurança nas fronteiras: o novo forte de Trump
Uma mudança notável ocorreu desde o primeiro mandato de Trump. Enquanto anteriormente a economia era seu principal pilar de apoio, a segurança nas fronteiras tornou-se sua maior vantagem. A maioria dos americanos aprova sua abordagem, com índices de 43% na imigração e 46% no combate ao crime, superando a aprovação geral de seu governo, que se mantém em torno de 39%.
Além disso, a construção de uma narrativa de controle de fronteiras e deportações tem atraído eleitores preocupados com a ordem pública. No entanto, a pesquisa da AP-NORC indica que parte da população — cerca de 50% — acredita que Trump foi longe demais em suas políticas de imigração, o que pode sinalizar fragilidade futura.
Imigração: de vulnerabilidade a força
Embora a imigração tenha sido um tema de divisão durante seu primeiro mandato, Trump conseguiu transformá-la em um de seus pontos fortes. Cerca de 43% dos adultos aprovam a forma como ele administra esse tema, um aumento em relação à sua aprovação geral. Ainda assim, a queda de 50% (registrada em março) para 43% mostra certa instabilidade.
Por outro lado, a aprovação de sua política de combate ao crime caiu levemente, de 53% em agosto para 46%. Mesmo assim, esse índice ainda é superior ao da aprovação geral da presidência, especialmente entre os independentes.
Desafios na economia e entre os independentes
Apesar de Trump ter construído sua base com promessas econômicas, a economia é atualmente um de seus pontos mais fracos. Apenas 37% dos adultos nos EUA aprovam a forma como ele lida com a economia, uma redução de 43% em agosto. Além disso, entre os independentes, esse número cai para 20%.
Esses dados contrastam com seu primeiro mandato, quando cerca da metade da população aprovava a gestão econômica de Trump. A situação se agravou após os impactos da pandemia de 2020, quando a economia sofreu uma forte desaceleração. No segundo mandato, a aprovação nunca superou 40%.
Portanto, a perda de força na economia fez com que Trump reforçasse a retórica de segurança e defesa de valores tradicionais. Esses temas, embora polarizadores, atraem a base republicana de forma mais eficaz.
Temas fracos: comércio e saúde
Os menores índices de aprovação entre os republicanos estão relacionados a comércio e saúde. Apenas 7 em cada 10 republicanos aprovam a forma como Trump conduz negociações comerciais, e cerca de 3 em cada 10 apoiam a gestão de políticas de saúde. A imposição de tarifas, uma de suas estratégias comerciais, é vista negativamente por 6 em cada 10 americanos.
Além disso, a política externa de Trump também enfrenta resistência, especialmente em relação ao conflito entre Israel e Palestina, com apenas 37% de aprovação. Entre os republicanos, a aprovação nesse tema caiu de 82% para 72% desde março, o que demonstra certa erosão de apoio até mesmo entre sua base.
Conclusão: uma presidência de altos e baixos
Em resumo, Trump enfrenta desafios em temas centrais como a economia, mas compensa com força em segurança e imigração. Embora sua aprovação geral se mantenha estável, a divisão de opiniões revela a polarização de sua base. Portanto, a capacidade de Trump de manter o apoio dependerá de sua habilidade de equilibrar promessas com resultados, principalmente em áreas que ainda não conquistaram a confiança plena dos eleitores.