Trump processa New York Times por US$ 15 bilhões e acusa jornal de ser ‘porta-voz democrata’

Trump processa New York Times por US$ 15 bilhões após críticas e acusações de difamação. Entenda o contexto e as implicações do caso.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com um processo de grande repercussão contra o jornal The New York Times. O valor da indenização pedida é de US$ 15 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 79 bilhões, sob alegações de difamação e calúnia.

O anúncio do processo

Trump divulgou a decisão por meio de uma publicação em rede social na última terça-feira (16), gerando grande repercussão na mídia internacional. A agência Reuters confirmou posteriormente os detalhes do processo. Além disso, o ex-presidente não poupou críticas ao jornal, chamando-o de “porta-voz do Partido Democrata”.



“O Times se envolveu, por décadas, em um método de mentiras sobre o seu Presidente Favorito (eu), minha família, meus negócios, o movimento America First, o MAGA (Make America Great Again), e nosso país como um todo”, declarou Trump.

Contexto e motivações por trás da ação judicial

O New York Times tem sido um alvo recorrente das críticas de Trump, principalmente por sua cobertura investigativa sobre figuras próximas ao ex-presidente. Portanto, não surpreende que o processo esteja relacionado a uma série de reportagens publicadas recentemente.

Entre os temas mais controversos, está a cobertura sobre os supostos vínculos de Trump com Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de menores. Além disso, o jornal declarou apoio à candidata democrata Kamala Harris nas eleições de 2024, o que agravou o atrito entre as partes.



Trump e o escândalo Epstein

Jeffrey Epstein foi figura central em um dos maiores escândalos da política internacional. Ele manteve relações com políticos, celebridades e empresários ao longo dos anos. Em 2008, firmou um acordo judicial para se declarar culpado de acusações relacionadas a exploração sexual de menores. No entanto, em 2019, o caso ressurgiu com a prisão de Epstein, que acabou encontrando a morte na prisão dias após sua captura.

Durante a campanha eleitoral de 2024, Trump prometeu revelar uma lista com nomes de pessoas ligadas ao esquema de Epstein. No entanto, o Departamento de Justiça informou que não há tal documento nos arquivos da investigação. Diante disso, Trump passou a classificar a suposta lista como uma “farsa”, o que gerou frustração entre seus apoiadores.

Repercussão internacional e posicionamento do NYT

O New York Times ainda não se pronunciou oficialmente sobre o processo. No entanto, o jornal tem publicado matérias que abordam criticamente a trajetória política de Trump, incluindo sua relação com a democracia e as instituições.

Em um editorial recente, o jornal elogiou o Brasil por responsabilizar seu ex-presidente, Jair Bolsonaro, em um contexto semelhante ao ocorrido nos EUA após a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A matéria afirmou: “Na prática, o governo dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram”.

Conexão com o Brasil

Curiosamente, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também concedeu uma entrevista ao New York Times na semana em que Trump anunciou o processo. Em sua mensagem ao ex-presidente americano, Lula destacou a abertura do Brasil para negociações, mas ressaltou que “soberania e democracia são inegociáveis”.

Portanto, o processo de Trump ao New York Times não apenas reforça a polarização política nos EUA, como também revelam tensões entre figuras políticas globais e os meios de comunicação tradicionais.

Considerações finais

Em conclusão, o Trump processa New York Times por US$ 15 bilhões em um momento delicado do cenário político internacional. A ação reflete não apenas um conflito jurídico, mas simboliza uma batalha mais ampla por narrativas midiáticas, poder e legitimidade política. Além disso, o caso ilustra o quanto os meios de comunicação influenciam, e são influenciados, pelas decisões dos líderes globais.