Venezuela decretou estado de exceção e amplia poderes de Maduro diante de ameaças dos EUA

A Venezuela decretou estado de exceção e deu ao presidente Maduro poderes de defesa contra possíveis ameaças dos EUA. Entenda o contexto.

Diante de crescentes tensões com os Estados Unidos, a Venezuela decretou um estado de exceção que concede ao presidente Nicolás Maduro poderes especiais para agir em caso de uma possível agressão externa. A medida foi anunciada oficialmente pela vice-presidenta Delcy Rodríguez em um evento realizado na capital Caracas.

Decisão reforça autoridade de Maduro em tempos de crise

Segundo Delcy Rodríguez, o decreto de comoção externa permite que Maduro atue de forma direta na defesa e segurança nacional. Além disso, a iniciativa visa proteger a soberania venezuelana diante de uma eventual intervenção dos Estados Unidos. “Se os Estados Unidos chegarem a se atrever a agredir nossa pátria, o presidente terá todas as autoridades necessárias para responder com firmeza”, declarou.



Contexto de tensão com os EUA

Essa decisão ocorre após a movimentação de oito navios de guerra dos EUA no Caribe, alegadamente para combater o tráfico de drogas. A administração de Donald Trump, além disso, acusou Maduro de liderar um cartel de narcotráfico, o que aumentou as especulações sobre uma ação militar contra a Venezuela.

Portanto, o presidente venezuelano não apenas reagiu com medidas de defesa, mas também buscou reabrir canais de diálogo. Em setembro, Maduro enviou uma carta ao presidente americano propondo cooperação contra o cartel de drogas Tren de Aragua, grupo considerado de alta prioridade pelo governo Trump.

Propostas de diálogo e acusações de narcoterrorismo

Na carta, Maduro negou as acusações de envolvimento com o tráfico de drogas, alegando que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia passam pela Venezuela. Além disso, o presidente venezuelano destacou que o relacionamento entre os dois países deveria ser histórico e pacífico, e não marcado por desinformação. “Espero que juntos possamos derrotar as falsidades que têm manchado nosso relacionamento”, escreveu.



Apesar dessa tentativa de aproximação, a situação permanece tensa. Em setembro de 2025, Trump anunciou o terceiro ataque aéreo contra supostas embarcações da Venezuela envolvidas no tráfico de drogas. No entanto, até o momento, nenhuma prova concreta foi apresentada para respaldar as ações militares. Além disso, a recompensa oferecida pelo governo americano pela captura de Maduro dobrou, chegando a US$ 50 milhões, evidenciando o foco de Washington em pressionar o regime de Nicolás Maduro.

Divisões internas no governo americano

Curiosamente, a administração Trump parece dividida sobre a Venezuela. Enquanto figuras como Marco Rubio e Pete Hegseth defendem uma postura de pressão máxima, outros, como Richard Grenell, apostam em soluções diplomáticas. Essa ambiguidade deixa espaço para interpretações conflitantes sobre os verdadeiros objetivos de Washington na região.

Em conclusão, o decreto de estado de exceção na Venezuela demonstra a crescente preocupação de Maduro com a segurança nacional. No entanto, a combinação de retórica de defesa, propostas de cooperação e o cenário de tensão geopolítica mostra que a crise entre os dois países está longe de ser resolvida. Acompanhar a evolução dessa crise é essencial para entender o futuro da política internacional nas Américas.

  • Decretou-se estado de exceção na Venezuela
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