Venezuela x EUA: tensões crescem com apoio da oposição a presença militar dos EUA no Caribe

A relação entre Venezuela x EUA se intensifica com o apoio da oposição à presença militar dos EUA no Caribe e crescente tensão política e militar entre os países.

A relação entre Venezuela x EUA atinge novo patamar de tensão, com o anúncio de líderes da oposição venezuelana em apoio à presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Edmundo González Urrutia e María Corina Machado declararam, nesta segunda-feira (22), que consideram essa ação “necessária” para restabelecer a soberania do país.

Apoiadores da intervenção

Edmundo González, que se considera presidente eleito após disputar as eleições contra Nicolás Maduro, divulgou um vídeo nas redes sociais defendendo o cerco antinarcóticos liderado pelos EUA. “Esta medida é essencial para desmantelar a estrutura criminosa que impede o retorno da soberania popular”, afirmou.



Além disso, a declaração de Edmundo alinha-se diretamente ao discurso do governo norte-americano. Os EUA justificaram o envio de navios de guerra ao entorno venezuelano com a acusação de Maduro ter ligações com o narcotráfico. A recompensa oferecida por sua captura chega a US$ 50 milhões.

Rejeição internacional a Maduro

Os Estados Unidos, juntamente com várias democracias da América e da União Europeia, não reconhecem a legitimidade do governo de Nicolás Maduro. Essa posição se intensificou após a recusa do governo venezuelano em publicar as atas eleitorais. A falta de transparência nas eleições alimentou críticas internacionais e fortaleceu o apoio a figuras da oposição como González.

Conflito militar e acusações graves

No último dia 19, a Venezuela solicitou à ONU que investigue os ataques norte-americanos a barcos no Caribe. Segundo o procurador-geral Tarek William Saab, os bombardeios resultaram em 17 mortos, que o governo americano classifica como narcotraficantes, mas que Caracas afirma serem pescadores comuns.



Saab qualificou os ataques como “crimes contra a humanidade”, em comunicado divulgado à imprensa. A escalada da retórica oficial demonstra o agravamento da crise entre Venezuela x EUA.

Resposta militar venezuelana

Diante da pressão externa, Nicolás Maduro ordenou o treinamento militar de civis em comunidades. Além disso, convocou voluntários da milícia para exercícios nos quartéis. Na quarta-feira (17), a Força Armada Nacional iniciou três dias de manobras na ilha de La Orchila, localizada a 65 km da costa continental.

Maduro ainda acusou os EUA de “agressão” e afirmou que a justificativa de combate ao narcotráfico seria uma mentira para encobrir a intromissão em assuntos internos.

Tentativa de diálogo frustrada

Apesar da escalada militar, o presidente venezuelano enviou uma carta ao governo Trump no início de setembro, buscando abrir um canal direto de diálogo. A missiva foi escrita logo após o primeiro ataque norte-americano a um barco venezuelano.

No entanto, a porta-voz de Donald Trump, Karoline Leavitt, confirmou que a carta foi recebida, mas reafirmou que o governo americano não pretende alterar sua postura diante da crise na Venezuela.

Conclusão

O cenário atual da Venezuela x EUA revela uma crise multifacetada, com envolvimento militar, acusações internacionais e polarização política interna. Enquanto o governo Maduro reage com força e retórica hostil, a oposição vê na presença dos EUA uma oportunidade para romper o status quo autoritário. A tensão entre os dois países tende a crescer, e o olhar do mundo acompanha os próximos passos dessa disputa geopolítica.